Os veículos de imprensa da burguesia brasileira e do imperialismo lançaram uma campanha mais uma vez contra as eleições venezuelanas e o atual presidente, Nicolás Maduro. Alegando uma suposta impopularidade de Maduro, os jornais burgueses caluniam o processo eleitoral do maior produtor de petróleo da América.
Durante um comício no dia 17 de julho, Maduro disse que a Venezuela poderia entrar em uma “guerra civil” marcada por um “banho de sangue”:
“O destino da Venezuela no século 21 depende de nossa vitória em 28 de julho. Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”.
A fala do presidente foi usada pela imprensa imperialista para atacá-lo. Acusando o candidato de “ditador”, utilizaram pesquisas eleitorais falsas para demonstrar a “fragilidade” do governo.
Segundo o jornal O Globo, a fala de Maduro “elimina qualquer possibilidade de classificá-lo como ‘um democrata’, ou seu governo como uma ‘democracia’”. O Estado de S. Paulo vai na mesma direção e acusa Maduro de ser um “líder autoritário” e de impedir a realização de eleições livres no país, deixando apenas um candidato concorrer contra o atual presidente.
Como de praxe da política burguesa, a mentira se torna a máxima. Maduro não impediu as eleições venezuelanas. Há, para além de Maduro e o principal candidato de oposição – Edmundo Gonzáles Urritia –, outros oito candidatos concorrendo ao pleito.
Segundo todos os jornais imperialistas, Maduro não possui chances de vencer. Pesquisas feitas por empresas privadas “independentes” apontam para uma vitória retumbante de Urritia, sendo eleita com no mínimo 60% dos votos. Já o Centro de Medição e Interpretação de Dados Estatísticos (Cmide), do Hinterlaces e do Internacional Consulting Services (ICS) aponta para a vitória de Maduro.
As pesquisas feitas por estas empresas declaram, eleição após eleição, a derrota de Nicolás Maduro. Entretanto, eleição após eleição, são provadas do contrário e o regime bolivariano se reelege, ganhando de forma avassaladora. Desde a primeira vitória de Chavez, empresas patrocinadas pelo capital norte-americano divulgam a derrota dos presidentes venezuelanos, utilizando pesquisas falsas como propaganda política internacional contra o país.
O fato é que Maduro é extremamente popular e possui um apoio massivo da população venezuelana. Em 2013 foi eleito com 50,6% dos votos e em 2018 com 67,8% dos votos. Se seu governo fosse realmente tão impopular, não teria sido reeleito de forma alguma, muito menos com mais de 60% do eleitorado a seu favor.
Se todo o povo estivesse em uma campanha contra o seu governo, ele teria sido derrubado há anos. Com a imensa pressão do imperialismo contra o país, principalmente dos Estados Unidos, bastava um mínimo descontentamento real com o governo e Maduro teria sido derrubado. A manutenção de seu governo e sua impressionante reeleição em 2018 mostra sua popularidade.
Em entrevista à Agência Brasil, o sociólogo, economista político e analista venezuelano Luis Salas afirmou que:
“Historicamente, desde que o chavismo chegou ao poder, as pesquisas sempre sobrevalorizaram o voto opositor. Desde que Chávez foi presidente, e depois Maduro, os principais institutos de pesquisa erram e favoreceram o voto da oposição”.
As pesquisas produzidas não passam de propaganda política contra o governo chavista. O povo esteve com Chavez e está com Maduro. Os comícios de Nicolás Maduro são a prova viva do apoio da população.
O fato do regime chavista ainda estar de pé depois das incontáveis investidas imperialistas desde 1999 – início do governo de Hugo Chávez – é a prova cabal de que a população apoia o regime. A única coisa que impede o avanço da política neoliberal imperialista dos norte-americanos sob a Venezuela é a força do povo venezuelano contra os mandos e desmandos da ditadura dos Estados Unidos no mundo.
A fala de Maduro sobre um “banho de sangue” vem deste fato. O povo apoia o Maduro e seu governo, uma derrota deste significaria uma fraude nas eleições e um golpe contra o país. Não é como se o governo se recusasse a aceitar uma eventual derrota, mas nas condições dadas, o povo venezuelano se insurgiria contra um eventual governo Urritia ou qualquer regime entreguista e imperialista. A luta de classes chegaria a um ponto de inflexão altíssimo, forçando o povo a se rebelar novamente, tal como na derrota do golpe que tentou derrubar Chávez em abril de 2002, abrindo em uma guerra civil contra um regime dedicado aos interesses imperialistas.