Uma vala comum com a possibilidade de conter restos de mortais de milhares de pessoas foi descoberta perto da capital da Síria, Damasco, após o colapso da ditadura da família al-Assad.
O local em questão está localizado em al-Qutayfah, a 40 km ao norte da capital, e se soma a outras doze valas comuns que foram encontradas no sul do país. Em um local, 22 corpos (incluindo mulheres e crianças) exibiam sinais de execução e tortura.
O ex-presidente Bashar Al-Assad e seu pai Hafez, que o precedeu como presidente e morreu em 2000, são acusados de matar centenas de milhares por meio de execuções extrajudiciais, incluindo no notório sistema prisional do país.
A inteligência da força aérea síria teria efetuado a transferência dos corpos dos hospitais (onde foram coletados após terem sido mortos na prisão) para as valas comuns.
Representantes da Human Rights Watch estiveram recentemente na região sul de Damasco, onde foram encontrados restos humanos que apresentavam sinais de execução.
Diante dessas evidências, a recomendação tanto da HRW como de pesquisadores é de que as autoridades sírias do governo de transição preservem as evidências físicas em todo o país, uma vez que a escala de quantas valas coletivas existem só podem ser localizadas nos arquivos do regime da família al-Assad e é muito importante que essas valas não sejam saqueadas.
O comandante-chefe da nova administração, Ahmed al-Sharaa, afirmou em entrevista que aqueles que ajudaram al-Assad de forma ativa ou cometeram crimes contra o povo seriam encaminhados à Justiça.