Um estudo científico recente revelou que o antirretroviral lenacapavir da Gilead Sciences apresentou 100% de eficácia na prevenção da infecção pelo HIV-1. Os resultados, publicados no New England Journal of Medicine e apresentados na conferência internacional sobre Aids em Munique, demonstraram que o medicamento, administrado duas vezes por ano, impediu todas as infecções em um grupo de mais de 2 mil mulheres na Uganda e na África do Sul. Este sucesso levou à interrupção precoce do estudo devido à alta eficácia.
O Unaids elogiou o potencial do lenacapavir para acelerar a erradicação da Aids até 2030, mas enfatizou a necessidade de garantir o acesso global ao medicamento, que custa cerca de US$ 40 mil por pessoa ao ano. Atualmente, o lenacapavir está aprovado como tratamento nos EUA, Europa e Canadá, mas ainda não tem registro na Anvisa no Brasil. A Gilead planeja a submissão do medicamento no país.
O lenacapavir, também conhecido como Sunlenca, é visto como uma alternativa aos medicamentos preventivos orais atuais (PrEP). Estudos adicionais estão em andamento em diversos países para avaliar sua eficácia em outros grupos populacionais, com resultados preliminares esperados até 2025.
A pesquisa destaca o potencial revolucionário do lenacapavir na prevenção do HIV e a importância de sua rápida disponibilização. Em 2022, o Brasil registrou quase 11 mil mortes relacionadas ao HIV/Aids, com a maior incidência entre homens jovens. A prevenção combinada e a PrEP continuam sendo estratégias essenciais no combate ao HIV.