Agora é um terreno devastado, consumada a desclassificação da Seleção brasileira na Copa América, a montanha vem abaixo, não resta pedra sobre pedra. E ainda vêm os comentários maldosos e os mal-intencionados.

É natural a busca das causas do desacerto em que nos meteram. Não são poucas e começam na ausência de jogadores de grande expressão e amadurecidos em quantidade. Temos craques destacados e com boa experiência, mas, faz tempo, a seleção não vai bem das pernas. Há ainda as razões analisadas a partir do desencanto dos torcedores nas ruas, nas redes sociais e nos comentários dos especialistas.

Os “venenos” são como aqueles dos que se aproveitaram da imagem do treinador fora da roda dos jogadores antes da cobrança dos pênaltis e mostram as más intenções. As cobranças foram treinadas durante a preparação e a escolha dos batedores estava feita com antecedência, mas o autoritarismo dessa gente não admite que os indivíduos, no caso os jogadores, tenham liberdade de se expressar.

A enxurrada morro abaixo contou ainda com os comentários sobre o individualismo superficial e vaidoso dos jogadores até a comparação com o momento no qual vive a sociedade brasileira, em nossa necessidade de reconstrução. É o que buscamos todos, desde Dorival Jr. em relação à Seleção, dizendo isso reiteradas vezes, sendo também uma necessidade nossa como nação. Não podemos nos esquecer dos longos episódios de crises na administração do futebol brasileiro, com a troca de dirigentes sob acusações graves.

Dou a “mão à palmatória” quando disse que poderia não haver problema maior com a ausência do Vinícius Júnior, o bicho não era tão feio. Talvez com a presença dele pudéssemos ir mais adiante. Mesmo com a boa forma neste momento, há dúvidas se Vini teria rendido muito diante da boa marcação dos adversários.

Uma crítica que também respeito é quanto à ausência de um centroavante típico que pudesse forçar a defesa adversária, mas isso fica na casa do se… Agora é seguir em frente.

A decisão da Copa América será mesmo entre a Argentina, que tem vencido as últimas competições, e a Colômbia, depois de uma campanha absolutamente sensacional, culminando com a semifinal inesquecível contra o Uruguai, quando saiu vencedora de um segundo tempo heroico, com um jogador a menos. Em um campo de dimensões reduzidas, a seleção uruguaia, sem pontas, nem direita nem esquerda, bateu a cabeça no muro, enquanto o tempo passava. Nem o recurso do consagrado treinador argentino Marcelo Bielsa, de lançar o efetivo artilheiro Luis Suárez, resolveu, embora tenha passado perto.

Final da Copa América

Na outra metade do mundo, a Eurocopa também caminha para o fim, com várias decisões nas penalidades máximas, mesmo depois de prorrogações com decepções nas perdas de pênaltis e surpresas agradáveis de novas revelações. No fim, resta sempre um campeão. Consta até uma petição na tentativa de remarcar o clássico Espanha e Alemanha, sob a alegação de prejuízo flagrante no encontro realizado entre as duas seleções.

A final está resolvida, será no domingo 14, entre Espanha e Inglaterra. Os espanhóis vivem um grande momento e fizeram uma campanha mais consistente. Os ingleses valeram-se da tradição para chegar à decisão.

Brasileirão

Enquanto isso, a vida doméstica continua com o Campeonato Brasileiro, reforçado pelos jogadores das seleções eliminadas da Copa América e diante da janela de transferências. Foram bastante debatidas as saídas de Dudu do Palmeiras e de Gabigol do Flamengo. Os torcedores custam a entender. Registro a agonia dos times pendurados na rabeira da tabela, entre eles Corinthians, Grêmio e Fluminense.

Publicado na edição n° 1319 de CartaCapital, em 17 de julho de 2024.

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Última Atualização: 11/07/2024