Descaso de Tarcísio leva São Paulo a alta de feminicídios

Apresentados como referências na segurança pública, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o deputado federal e ex-secretário da pasta, Guilherme Derrite (PP), demonstram que a proteção da população feminina não integra as prioridades de sua gestão.

Os dados oficiais confirmam o cenário de insegurança: entre janeiro e outubro deste ano, o estado contabilizou 207 feminicídios, contra 191 no mesmo período do ano passado — um aumento de 8%. Embora o crescimento acompanhe uma tendência nacional, São Paulo volta a liderar estatísticas negativas que expõem a falta de compromisso com a vida das mulheres.

A situação é ainda mais grave na capital. A cidade de São Paulo registra, em 2025, o maior número de feminicídios desde o início da série histórica, em abril de 2015. Foram 53 ocorrências apenas entre janeiro e outubro. Mesmo sem os dados de novembro e dezembro, o ano já bateu o recorde de casos, indicando que os assassinatos em razão de gênero devem aumentar até o encerramento do período.

Números do Portal da Transparência da Secretaria de Segurança Pública (SSP), repercutidos pelo jornal Hora do Povo, mostram que 2025 já superou os 51 casos de todo o ano de 2024. A escalada rompe com curvas anteriores: 38 (2023), 41 (2022), 33 (2021), 40 (2020), 44 (2019), 29 (2018), 26 (2017), 13 (2016) e 6 (2015). Vale ressaltar que o relatório contabiliza apenas os crimes consumados, deixando de fora tentativas brutais, como o caso recente de uma mulher atropelada e arrastada por mais de 1 km.

Cartilha bolsonarista e corte de verbas

A gestão Tarcísio segue o modus operandi do bolsonarismo, demonstrando desprezo pelas políticas de proteção à mulher. Há dez meses, em fevereiro, foi noticiado que o governo estadual congelou 96% do orçamento destinado ao enfrentamento à violência de gênero, alertando para o desmonte que agora se reflete nas estatísticas de morte.

Segundo levantamento da Agência Patrícia Galvão, dos R$ 26 milhões previstos para ações de combate à violência (somando verbas da Segurança Pública e de Políticas para a Mulher), apenas R$ 900 mil foram liberados para execução.

O corte mais drástico ocorreu na Secretaria de Políticas para a Mulher, onde o programa de enfrentamento à violência teve todo o orçamento congelado. Dos R$ 36 milhões previstos para a pasta em 2025, o governo manteve apenas R$ 15,8 milhões, sendo que quase R$ 10 milhões foram direcionados exclusivamente para gastos administrativos.

O aumento expressivo dos feminicídios evidencia que a dupla Tarcísio e Derrite, que prometia resolver a segurança pública, falhou em preservar a vida das mulheres paulistas.

Da Redação do Elas por Elas, com informações da Hora do Povo e Agência Pagu

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