
Um novo levantamento da consultora Zuban Córdoba mostra que a imagem do presidente argentino Javier Milei segue em queda. Em julho, 56,8% dos entrevistados afirmaram desaprovar sua gestão — um aumento de 0,6 ponto percentual em relação a junho. Além disso, 55,4% consideram que o presidente representa um risco para a sociedade, enquanto apenas 37,8% ainda o veem como símbolo de mudança.
O levantamento ouviu 1.300 pessoas até 15 de julho e revela que o sentimento de punição ao governo é o principal motivador do voto para 52,8% dos argentinos, incluindo eleitores que votaram em Milei no primeiro turno de 2023.
Entre os principais motivos de rejeição estão a destruição do Estado (25,5%) e a crueldade percebida no modelo de gestão (25,4%). Argumentos defendidos pelo governo, como o controle da inflação (23,6%), o combate à “casta” (13%) e o ajuste fiscal (17%), têm menos adesão.
Mesmo com apatia observada nas eleições locais, 68,1% ainda acreditam que o voto tem impacto nas decisões políticas. Apenas 21,6% afirmam que não pretendem ir às urnas. Entre os eleitores que declararam intenção de votar para punir Milei estão 17,1% dos que o apoiaram em 2023, 18,8% dos ex-eleitores de Patricia Bullrich e 64,9% dos que votaram em Juan Schiaretti.
Outro dado significativo é o crescimento do sentimento “antimilei”, hoje compartilhado por 53,6% dos entrevistados — acima do “antikirchnerismo” (45,2%). O kirchnerismo, por sua vez, soma 34,3% de identificação, enquanto o “mileísmo” tem apenas 28,1%. Segundo a pesquisa, a polarização argentina se resignifica agora entre Milei e o kirchnerismo, com os dois blocos mantendo rejeições e apoios intensos, e espaço crescente para forças alternativas nas alianças eleitorais.