O Banco Mundial acabou de defender uma nova Reforma da Previdência, anunciando que, se não ocorrerem mudanças nas regras, a idade mínima de aposentadoria poderá “ter que” passar para 78 anos. Ou seja, o banco defende cortar benefícios e direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, já, para que o governo não tenha que se enfrentar ainda mais com os trabalhadores, ali na frente.

Esta proposta não está distante do governo. A Ministra do Planejamento e Orçamento Simone Tebet anunciou a urgência de novos ajustes fiscais, “robustos”, após 2026, e novas reformas, incluindo a da Previdência.

Considerando o silêncio de Lula e Haddad, além de toda a política econômica implementada pelo governo, há um acordo geral no Planalto sobre isto. Vai neste mesmo sentido a declaração do ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, que propôs congelar o salário mínimo por seis anos para conter os gastos públicos.

Agrados para a burguesia

Por mais que o governo tenha atendido como nunca os interesses dos capitalistas, eles exigem mais. E o governo sinaliza que tomará ainda mais medidas para agradar os que lucram com os grandes monopólios. Aliás, o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicado por Lula, continua mantendo a taxa de juros em patamares indecentes, agradando a banqueirada e ajudando a enriquecer os grandes ricos parasitas

Enquanto isso, a inflação corrói salários, ao mesmo tempo em que o déficit fiscal é usado como justificativa para impor novos ataques, como o corte de R$ 7,7 bilhões do Bolsa Família, no orçamento de 2025.

O governo, amarrado ao Arcabouço Fiscal, segue o roteiro de Dilma que, quando a situação econômica apertou, optou por dar um giro à direita, em um governo que já vinha fazendo tudo que a burguesia pedia.

Por isso, é tão importante que neste 1º de maio os trabalhadores e trabalhadoras saiam às ruas para exigir o atendimento de suas reivindicações, lutando para derrotar a política econômica do governo, ao mesmo tempo que se coloquem frontalmente contra os capitalistas e para enterrar, de uma vez por todas, a ultradireita.

Bandeiras de luta

1º de Maio é pra lutar pelas reivindicações dos trabalhadores

  •  Pelo fim da escala 6×1 e aumento geral dos salários

Esse também seria um caminho para garantir o fim da escala 6×1. Seria preciso sobretaxar os grandes monopólios para garantir subsídio aos pequenos negócios e, assim, possibilitar o fim da escala 6×1, gerando aumento da oferta de empregos e nenhuma redução de salário. Na verdade, hoje, os salários precisam ser aumentados. Não é à toa que vários setores capitalistas estão com dificuldade para contratar. Oferecem um salário de fome e jornadas extenuantes.

  •  Isenção de R$ 5 mil é insuficiente!

A medida destinada a zerar o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil precisa ser ampliada ainda mais. De acordo com a Unafisco, caso a tabela do Imposto de Renda fosse reajustada de acordo com a inflação das últimas décadas, a faixa de isenção atual deveria ser, já, de R$ 5,200. Sem contar que as demais faixas também teriam que ser reajustadas. Contudo, não estão sequer corrigindo a tabela; mas apenas dando uma isenção, insuficiente, para o primeiro nível. Seria preciso muito mais, como sobretaxar realmente os bilionários e os grandes monopólios capitalistas para garantir isenção e impostos ainda menores para os trabalhadores e pequenos proprietários.

  • Revogação do Arcabouço Fiscal e das reformas Trabalhista e da Previdência!

Exigir que o governo não só não faça novos ataques, como revogue as reformas Trabalhista e da Previdência, que só pioraram as condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Assim como também é preciso exigir que o governo reverta as privatizações de Bolsonaro e acabe com o Arcabouço Fiscal que sufoca a Saúde e a Educação.

  •  Sem anistia! Punição e prisão para Bolsonaro e golpistas!

É preciso exigir a prisão de Bolsoanro e todos os golpistas. O governo não tem dado prosseguimento nem mesmo para esta demanda elementar, preferindo passar pano pra golpistas e confiando no Supremo Tribunal Federal (STF) para frear o bolsonarismo. A manutenção do Centrão e da direita no governo, incluindo partidos com ligações com o bolsonarismo, como o União Brasil, cujo representante acaba de se recusar a ser ministro, só mostra como a política de Lula, de tentar conciliar os interesses dos ricos com os dos pobres, só tem beneficiado os próprios capitalistas e a direita.

  •  Movimentos sindical, estudantil e popular devem ser independentes do governo Lula!

Esses pactos com a burguesia não estão limitados apenas ao governo Lula. Também as centrais sindicais governistas, como a CUT e a CTB, assim como a União Nacional dos Estudantes (UNE), amarram nossas lutas às negociações parlamentares, enfraquecendo a mobilização real, que poderia romper com esse programa de retrocesso. Todo medo deste setor é que, hoje, qualquer reivindicação por direitos dos trabalhadores necessariamente se choca com o governo que é o administrador do capitalismo brasileiro. Por isso, preferem não mobilizar, já que assumiram o papel de sustentação do atual governo.

Participe do “1º de Maio” independente dos patrões e do governo

Convidamos todos os trabalhadores, estudantes e ativistas para que, neste 1º de maio, se somem ao chamado da CSP-Conlutas e demais organizações que estão construindo uma mobilização diferente das centrais sindicais tradicionais, que fazem palco para o governo ou para diferentes setores da burguesia, incluindo representantes da direita. Nosso “1º de Maio” terá como objetivo reforçar a luta independente da classe trabalhadora, em defesa de suas reivindicações e do fortalecimento das lutas em curso. Apresentamos um programa alternativo, revolucionário e socialista, de oposição de esquerda ao governo Lula, mas que, também, se enfrenta com a ultradireita e, assim, possa tirar o Brasil da crise, atendendo às demandas dos trabalhadores e derrotando os interesses dos grandes grupos capitalistas.

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Last Update: 25/04/2025