Guilherme Derrite e Guilherme Moron. Foto> Reprodução

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, está construindo uma mansão avaliada em cerca de R$ 3 milhões em um condomínio de alto padrão em Porto Feliz, no interior paulista.

A obra ocorre dois anos após ele declarar à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 812 mil, conforme revelou o site Metrópoles. O ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) esteve envolvido em diversos homicídios cometidos pela corporação que fazia parte.

Em resposta, Derrite afirmou que o valor da construção é inferior aos R$ 3 milhões estimados, sem apresentar detalhes sobre os custos. Gui Moron, que foi condecorado com a medalha da Polícia Militar por Derrite em outubro de 2023, é que acerta as despesas da construção sem que ninguém entenda seus interesses. Ele ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

A residência conta com 440 m² de área construída em um terreno de 800 m² dentro de um condomínio fechado de luxo. Responsável pela obra, o empresário Genilton Mota afirmou que os pagamentos são feitos por Guilherme Moron Pérez Trindade, conhecido como Gui Moron, empresário do setor de eventos e amigo pessoal de Derrite. Segundo Mota, as notas fiscais da construção são emitidas em nome de Gui Moron.

Ex-policial militar da Rota, Derrite comanda a Secretaria de Segurança Pública no governo de Tarcísio de Freitas. Em sua trajetória na corporação, ele foi investigado por ao menos 16 homicídios e é autor da frase: “Matei muito ladrão”. Em entrevista anterior, afirmou que é “uma vergonha” um oficial da PM com cinco anos de serviço que não tenha participado de pelo menos três mortes.

Durante sua gestão à frente da segurança pública paulista, operações como Escudo e Verão, realizadas entre 2023 e 2024, resultaram na morte de pelo menos 84 civis. Essas ações foram conduzidas sob comando de Derrite e autorizadas pelo governador Tarcísio de Freitas.

A alta letalidade das operações motivou protestos e repercussão internacional. A Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou investigações e mais transparência por parte do governo paulista. Em resposta, o governador declarou: “Pode ir à ONU, à Liga da Justiça, ao raio que o parta, que eu não estou nem aí”.

Apesar das polêmicas envolvendo sua atuação na segurança pública e as dúvidas sobre sua evolução patrimonial, Guilherme Muraro Derrite se apresenta como pré-candidato ao Senado por São Paulo ou, eventualmente, ao governo do Estado.

A construção da mansão, sob responsabilidade financeira de um aliado e fora dos registros patrimoniais conhecidos até o momento, levanta questionamentos sobre a origem dos recursos empregados na obra e o papel de Gui Moron nesse processo.

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Last Update: 05/07/2025