Parlamentares ironizaram e cobraram manifestações do deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre a prisão do primo dele, Glaycon Ranieri de Oliveira Fernandes, detido em flagrante há uma semana em Uberlândia (MG) com mais de 30 quilos de maconha, além de 3,82 gramas de cocaína, no carro em que estava.

Glaycon é filho de Enéas Fernandes (PL), tio de Nikolas que foi candidato a prefeito de Nova Serrana (MG) em 2024. Meses antes das eleições, Nikolas destinou mais de 1 milhão de reais em emendas à cidade – situação que foi lembrada por deputados que mencionaram o caso. Enéas foi derrotado por Fabio Avelar (Avante).

“É essa a ‘família’ que Nikolas defende? Será que Nikolas sabia que seu primo era traficante e mesmo assim se envolveu nessa campanha eleitoral?”, escreveu a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) nas redes sociais.

Protagonista de embates com Nikolas nos últimos anos, o também deputado federal mineiro André Janones (Avante) comentou o caso usando o estilo que o consagrou nas redes sociais.

“Ao contrário do que fazem comigo, não serei baixo nem leviano. É importante mencionar que, ATÉ O MOMENTO, não existe ainda nenhuma prova cabal que ligue Nikolas Ferreira ao narcotráfico, porém as investigações seguem e a qualquer momento novas revelações virão à tona”, postou.

Outro deputado federal mineiro, Rogério Correia (PT), foi mais um a ironizar o caso. “Não há nenhuma prova de que as emendas de Nikolas tenham financiado o tráfico na família dele. Deus, Pátria e Farinha!”.

Entenda o caso

A prisão de Glaycon e a relação dele com Nikolas Ferreira foi noticiada inicialmente pelo jornalista independente Diego Feijó. A detenção aconteceu durante abordagem policial em 23 de maio, sexta-feira, após denúncias anônimas.

O carro foi interceptado após passar em alta velocidade pela rodovia BR-452. Glaycon disse que transportava a droga até Nova Serrana – a mais de 400 quilômetros de Uberlândia, onde aconteceu a abordagem. Uma segunda pessoa que estava no veículo foi liberada.

Após audiência de custódia, a Justiça decidiu que a prisão provisória deveria ser convertida em preventiva, por conta da grande quantidade de droga apreendida e a possibilidade de tráfico intermunicipal.

CartaCapital, o advogado Alessandro Lemos, que representa Glaycon Fernandes, afirmou que o cliente é inocente e que isso será provado à Justiça.

“No momento, estamos aguardando a juntada de documentos e informações no processo para posteriormente fornecer maiores esclarecimentos”, afirmou.

A reportagem também entrou em contato equipe do deputado Nikolas Ferreira, que não respondeu até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestações.

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Last Update: 30/05/2025