A bancada do Repuublicanos na Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira 4 a possibilidade de o partido integrar uma super-federação com PP e União Brasil. O tema esteve em discussão em um encontro que contou com a presença de Hugo Motta (PB), novo presidente da Casa. A palavra final sobre a aliança, contudo, será da executiva nacional da sigla.
Pesou na decisão, de acordo com caciques partidários ouvidos por CartaCapital, o fato de o Republicanos ter saído vitorioso da disputa pelo comando da Câmara. A união, na avaliação dessas fontes, poderia ser prejudicial à legenda, que teria de dividir espaço com as demais siglas e poderia perder o controle sobre os diretórios municipais e estaduais.
Desde o ano passado, as cúpulas dos três partidos conversam para tentar selar o acordo. Se prosperar, a federação terá a maior bancada na Câmara (153 deputados) e do Senado (17 representantes). A ideia de unir as siglas do Centrão surgiu em 2022, após a eleição presidencial, mas ainda não foi adiante por entraves regionais.
Na reunião desta terça, apenas representantes do Republicanos no Rio Grande do Norte disseram concordar com a aliança.
Desde 2017, as coligações foram extintas nas eleições proporcionais, que escolhem deputados e vereadores. No entanto, a legislação continuou a permitir a união de partidos em torno de uma única candidatura nas disputas majoritárias (para presidente, senador, governador e prefeito).
Com a criação das federações, instituída em 2022, os partidos podem se unir na disputa por qualquer cargo, desde que permaneçam assim por todo o mandato conquistado. A federação vale para eleições majoritárias e proporcionais.
A principal diferença entre os modelos, portanto, é o caráter permanente das federações, uma vez que as alianças firmadas nas coligações valem apenas até a eleição e podem ser desfeitas logo em seguida. Hoje, três registros de federações partidárias estão em vigor: PT-PCdoB-PV, Rede-PSOL e PSDB-Cidadania.