Em seu terceiro mandato consecutivo como deputado estadual, Gustavo Santana, assume a 1ª Secretaria da Assembleia Legislativa, na retomada dos trabalhos, em fevereiro. Considerado um dos postos mais cobiçados pelos partidos na mesa diretora da Assembleia, Gustavo Santana vai cuidar do orçamento da Casa e atuar como uma espécie de prefeito. Para ele, o trabalho parlamentar avançou muito nos últimos anos e as emendas parlamentares têm ajudado as prefeituras e, ao contrário do que acontece no Congresso Nacional, todo recurso das emendas é rastreável.

O senhor foi escolhido primeiro secretário da mesa diretora da Assembleia Legislativa de Minas. Como é gerenciar o orçamento da Casa?

O primeiro secretário é quem cuida da parte administrativa. Por isso, falam que o primeiro secretário é como se fosse o prefeito. Lógico que, sempre caminhando junto com o presidente, mas, essa parte burocrática, funcional é com o primeiro secretário. 

A partir de agora, o pensamento é em relação a 2026. Pensando nisso, qual é a maior preocupação agora dos deputados? 

 Continuar fazendo que as coisas andarem. Andou bem, até hoje, em termos dentro da Casa Legislativa, está tudo redondinho, não tem nada que não atendesse a demanda dos deputados e atender as demandas dos municípios que vão aparecendo. Tem as emendas, que não é algo tão preocupante porque as emendas hoje são impositivas, o governo é obrigado a pagar.

As emendas têm gerado muita polêmica no Congresso Nacional, para onde vão os recursos destinados às emendas? 

 As emendas do Congresso Nacional são diferentes das daqui. Os recursos vão para os municípios, para a prefeitura direto, ou para o hospital ou aquisição de bens. Tudo vai para o município, mas às vezes não é direto para o caixa do município, como é o caso das doações, por exemplo, de ambulância e viatura, caixa d’água, poço artesiano, calçamento, dinheiro para a saúde. As emendas vão de acordo com a necessidade de cada município. Cada município tem o seu representante, onde este representante, tanto prefeito, como deputados, ficam sabendo da ponta qualquer necessidade maior do município e é onde que essa emenda é empregada.

Qual a diferença em relação as emendas do Congresso Nacional?

É diferente porque lá está tendo um problema com o corte das emendas, não tão pagando. As nossas emendas aqui estão garantidas e vão para o atendimento dos municípios.

É um recurso que pode ser rastreado? 

Com certeza. Aqui não tem orçamento secreto. Tudo é via sistema, sabemos para onde foi e vai esse recurso. Foi para a ambulância, para o calçamento, tudo é feito direitinho, com acompanhamento. Está tudo no sistema, está tudo registrado e pode ser acompanhado pelo cidadão. Não é como acontece no Congresso. Quer dizer, a gente não sabe o que acontece no Congresso, não é? O nosso aqui é 100% público, o orçamento de cada deputado é transparente. 

 Como está o relacionamento do Legislativo mineiro com o interior do estado? Há bem pouco tempo, a imagem do político estava bem desgastada. Melhorou esse relacionamento

Pelo menos onde eu tenho andado, não vejo desgaste não. E olha que eu sou deputado de base, que anda muito pelo interior. Agora mesmo, parei minhas férias, meu recesso, um pouco mais cedo para visitar alguns municípios que foram atingidos pelas chuvas, para dar assistência para o prefeito. Por onde tenho andado, o tratamento é o contrário. O pessoal tem elogiado o trabalho. O parlamento mineiro tem a imagem boa.

A oposição tem barrado muitos projetos do governo, inclusive agora em relação às privatizações e a federalização para abater a dívida do Estado com a União. Como é que está sendo encaminhamento dessas questões?

 Essas questões foram colocadas bem no final do ano na Assembleia. Agora, nesse biênio, que começa dia 3 de fevereiro, é que vamos começar com as discussões. A oposição é oposição, isso não vai mudar, mas nós vamos começar a dialogar ponto por ponto para poder mostrar, tanto para os deputados como a população, qual é a parte boa e qual a parte ruim da proposta.

Uma empresa emblemática como a Cemig, vai ter a aprovação da Assembleia para ser privatizada ou federalizada ?

Eu acredito que não tem nem ninguém para falar hoje que aprova ou não aprova o projeto da Cemig. Não tem como, porque não teve nada de discussão. Zero discussão, porque logo no final do ano é que foi apresentada o projeto à Assembleia Legislativa. Nós estávamos discutindo o orçamento, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, discutindo outras pautas que eram importantes para deixar votadas e esse assunto não entrou em discussão. Lógico que a oposição vai querer ser contra. Mas nós temos que discutir o que é melhor tanto para a Cemig, para Copasa e saber também, o jeito que o governo vai privatizar essas empresas. É importante privatizar, eu tenho 100% de certeza. Agora tem que fazer bem-feito.

 O governo tem os votos necessários para aprovar a matéria, tem uma base consistente?

Ter tem, tanto que aprovou o projeto do Ipsemg e aprovou essas outras pautas que tinham o interesse do governo. A oposição tem 20 votos, tem uns outros que podem ser que queiram votar contra. Mas agora, começa o trabalho dentro do plenário. A partir da hora que começar o debate nas comissões, a discutir a matéria, o projeto vai avançar. Mas essa não é matéria para ser votada, voando, às pressas, demora. Vai ter muita discussão.

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Last Update: 18/01/2025