Ex-candidato à Prefeitura de Niterói e deputado federal é acusado de se beneficiar de cobertura tendenciosa em jornal local para atacar adversário
O Ministério Público Eleitoral (MPE-RJ) moveu uma ação na Justiça pedindo a inelegibilidade por oito anos do deputado federal Carlos Jordy (PL), ex-candidato à Prefeitura de Niterói em 2024. O órgão alega que o parlamentar teria se beneficiado de um suposto esquema de uso indevido do jornal O Fluminense para prejudicar seu adversário político, Rodrigo Neves (PDT).
Segundo o MPE, há indícios de que Jordy teve acesso privilegiado ao veículo, publicando em suas redes sociais reportagens antes mesmo de sua divulgação oficial. A Procuradoria aponta ainda uma suposta articulação entre a campanha do político e o jornal, o que, em tese, configuraria abuso de poder político e desequilíbrio na disputa eleitoral.
Além de Jordy, o MPE também requereu a inelegibilidade de Lindomar Alves Lima, sócio-administrador do O Fluminense, pelo mesmo período. O caso será analisado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
Defesa contesta acusações
Em nota, a defesa de Carlos Jordy rebateu as alegações, afirmando que o próprio MP Eleitoral em primeira instância já havia reconhecido a ausência de provas concretas sobre um suposto conluio entre o político e o jornal.
“O Ministério Público Eleitoral em primeira instância foi categórico ao afirmar que não se comprovou vínculo subjetivo entre os candidatos e o dono do Jornal O Fluminense, Lindomar Alves da Costa, tendo assim opinado pela improcedência da ação. Desta forma, confiamos na manutenção da sentença, uma vez que, como bem salientado pela magistrada prolatora da mesma, não restou demonstrado nos autos a alegada gravidade na conduta dos representados, a dar ensejo a eventual desequilíbrio no processo eleitoral apto a gerar a condenação e a inelegibilidade”, diz a nota.
Próximos passos
O TRE-RJ deverá marcar uma data para o julgamento do caso. Se condenado, Jordy poderá ficar inelegível até 2032, o que impactaria sua possível candidatura à reeleição ou a outros cargos no próximo ciclo eleitoral.
A acusação reforça o debate sobre o uso de veículos de comunicação em campanhas políticas, um tema que já gerou outras ações judiciais em eleições anteriores. Enquanto a Justiça não se pronuncia, a defesa de Jordy mantém a expectativa de arquivamento do processo.