O deputado federal bolsonarista Marcos Pollon (PL-SC). Foto: Reprodução

O deputado bolsonarista Marcos Pollon (PL-SC), que participou do motim que paralisou a Câmara por mais de 30 horas, disparou ataques a jornais que afirmaram que ele usou o fato de ser autista para fugir de eventuais punições na Casa Legislativa.

Pollon revelou publicamente seu diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) após entrar na lista de parlamentares que podem ser punidos pelo Conselho de Ética.

O parlamentar usou a condição para justificar seu comportamento durante o episódio em que permaneceu sentado na cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao lado de Marcel van Hattem (Novo-RS), na última quarta-feira (6).

“Vocês terem coragem de publicar isso é muito baixo! Em momento algum eu disse que não sabia o que estava fazendo”, disse. “Eu tenho plena consciência do que eu estava fazendo ali, porque eu estava ali e, principalmente, por quem eu estava lutando.”

O bolsonarista, que dias antes do motim chamou Motta de “bosta” e “baixinho de um metro e sessenta”, afirmou: “O autismo me limita, sim, mas não afeta o meu discernimento. Apesar das minhas dificuldades, eu continuo lutando.”

“Eu não tenho medo de vocês. Por mais que vocês denigram a minha imagem, me ataquem e queiram, através do discurso capacitista, menosprezar o meu trabalho, não vou me curvar”, disse, acrescentando um ataque ao ministro Alexandre de Moraes, do STF: “Vou até o final pela liberdade dessas pessoas inocentes que foram sequestradas por um ditador.”

Outro discurso

No vídeo anterior, Pollon declarou: “Estão dizendo que ele (Marcel) sentou na cadeira do Hugo Motta e que me incentivou a ficar lá. Isso é mentira. Olhem as imagens. Eu sou autista e não estava entendendo o que estava acontecendo ali naquele momento.”

Na gravação, é possível ouvir o bolsonarista dizer ao colega: “Eu não entendi. Não vou sair.” Segundo ele, chamou Van Hattem para orientá-lo e garantir que o combinado sobre a desocupação fosse cumprido.

“Eu sentei na cadeira do Hugo Motta e ele sentou ao meu lado, pois é uma pessoa em quem eu confio. E falei: ‘Me orienta’, pois, pelo que nós combinamos, haveria um rito para a desocupação do espaço e esse combinado não foi cumprido. Nós desceríamos antes que o presidente subisse”, relatou Pollon.

Ele disse que Marcel estava “como uma pessoa para dar suporte para um autista”, mas admitiu que havia um acordo para não deixar o local sem uma resposta à pauta da anistia aos golpistas do 8 de janeiro. “Só sairia dali quando tivéssemos uma resposta positiva para as vítimas do 8 de janeiro”, disse.

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Last Update: 11/08/2025