O presidente Lula tem repetido que “2025 será o ano da colheita”. O mantra do petista ganhou solidez depois dos resultados positivos apontados pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) sobre a prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Apenas no primeiro trimestre do ano, a economia do país cresceu 1,3%, obrigando analistas de mercado a revisarem as projeções mais uma vez para cima. É o que atesta matéria publicada pelo jornal O Globo, nesta quarta-feira (21).

Além do próprio Ministério da Fazenda, que vê o PIB de 2025 próximo a 2,4%, os “oráculos” do mercado agora creem em um crescimento de 1,4%, e de até 1,5%, no trimestre, número 0,4 pontos percentuais acima do estimado inicialmente (1,1%). Isso ocorre porque, apesar da política monetária contracionista levada a cabo pelo Banco Central (BC), a economia do país não tem dado sinais de desaceleração, como quer a Faria Lima.

Por meio do X, o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Humberto Costa (PE), comemorou a prévia do PIB divulgada pelo BC. Para o senador, trata-se do chamado “efeito Lula”, mais uma vez “surpreendendo o mercado”.

“Os caras devem passar muito mal com tanto susto. É a maior da história para o primeiro trimestre. A sexta alta consecutiva. Para nós, nenhuma surpresa: é trabalho, é Lula”, publicou o presidente do PT.

Na mesma rede social, o deputado federal Zeca Dirceu (SP) também atribuiu a Lula a alta do PIB. “Com o presidente no comando, o país avança com crescimento, emprego e investimentos”, comemorou.

Segundo O Globo, os dados do IBC-Br se devem ao mercado de trabalho aquecido, à supersafra antecipada pelo agronegócio, ao crédito em expansão mesmo com os juros nas alturas, aos salários acima da inflação e à indústria presente na atividade econômica.

Porta-voz da família Marinho para questões econômicas, a comentarista Míriam Leitão justifica que “as revisões refletem o desempenho robusto da agropecuária, a resiliência do mercado de trabalho formal e medidas de estímulo à renda, como a antecipação do 13º salário e a liberação do FGTS”.

PIB acima das previsões

A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, lembrou que as revisões para cima têm sido a tônica do governo Lula 3. Em 2023 e 2024, somando os dois anos, o PIB expandiu-se acima dos 6%. Os analistas de mercado se equivocaram em, praticamente, todas as avaliações feitas no período.

Damico relatou ao diário fluminense que sua equipe alterou as estimativas de crescimento da economia no primeiro trimestre de 2025, “que passaram para um avanço 1,4% sobre o quarto trimestre de 2024, ante 1,1%, na estimativa anterior”.

Além do agronegócio, os serviços e a indústria mantiveram-se firmes nos três primeiros meses do ano. Pela perspectiva da demanda, o consumo das famílias não arrefeceu, muito por conta da queda do desemprego.

“Os rendimentos voltaram a acelerar, os salários voltaram a se recuperar e isso não estava no nosso cenário”, reconhece Damico.

Expansão do crédito

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, menciona a política de expansão do crédito como fator importante para o crescimento do PIB no primeiro trimestre. Para ele, os empréstimos consignados, aqueles garantidos pelo salário ou por benefício previdenciário do tomador, aliviam o bolso dos trabalhadores.

“Teve esse consignado privado, que leva a uma troca de dívidas mais caras por dívidas mais baratas. Isso acaba por liberar mais a renda disponível [para consumir]”, esclarece.

Leal também se viu obrigado a aumentar as projeções para o desempenho do PIB: “uma alta de 1,5% ante os três últimos meses de 2024, acima do 1,1% que estimava antes”.

O economista-chefe da G5 Partners argumentou ainda que a política de valorização do salário mínimo, marca dos governos do PT, concedeu impulso notável à economia.

Da Redação, com informações de O Globo

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Last Update: 21/05/2025