Denúncias escancaram fraude eleitoral em Honduras

A crise em meio ao golpe eleitoral em Honduras se intensificou nesta semana, com novas denúncias de irregularidades no processo de apuração das eleições presidenciais de 30 de novembro, em meio a um impasse que continua sem resultados oficiais definitivos. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) enfrenta forte pressão popular, enquanto parte da oposição insiste que apenas uma revisão completa das atas poderá garantir transparência no processo.

Denúncia de manipulação do escrutínio

Marlon Ochoa, um dos três conselheiros do CNE, denunciou que suas colegas — Ana Paola Hall e Cossette López — aprovaram apenas um escrutínio especial muito limitado, abrangendo apenas 1.081 actas (aproximadamente 5,6% do total de 19.167), apesar das escandalosas inconsistências detectadas em milhares de documentos eleitorais. Ochoa afirmou que essa restrição ameaça ‘’a credibilidade do resultado final e compromete a confiança pública no processo.’’ 

Segundo ele, 17.036 atas apresentam algum tipo de irregularidade, incluindo diferenças entre o sistema biométrico de votação e os totais registrados, falta de assinaturas, erros de soma ou a não recepção formal de documentos. O conselheiro defende que o contexto voto por voto de todas as atas presidenciais é a única forma de assegurar um resultado legítimo e transparente. 

 

As tensões aumentaram entre os principais candidatos. Tanto Salvador Nasralla, do Partido Liberal, quanto Rixi Moncada, do partido governista Liberdade e Refundação (Livre), denunciaram golpe eleitoral e manipulação do sistema de transmissão de resultados preliminares (TREP). Nasralla exigiu um escrutínio “ata por ata”, alegando que os dados divulgados oficialmente não coincidem com os resultados físicos que sua equipe possui. 

Antes mesmo da conclusão do processo, o partido Livre havia declarado que não reconheceria os resultados preliminares, alegando uma fraude no sistema TREP, e convocou o povo hondurenho a defender seu voto diante do golpe eleitoral em curso.

 

A apuração segue atrasada, com cerca de 15% das atas com inconsistências aguardando escrutínio especial sob supervisão do CNE. Esse atraso prolongado tem gerado um clima de incerteza política no país e alimentado temores de conflito social, mais de uma semana depois das eleições. Observadores locais e internacionais expressaram preocupação com a transparência e a gestão do processo, que agora deve estender a certificação oficial até o dia 30 de dezembro. 

O episódio ocorre em meio a um cenário político altamente polarizado em Honduras, com críticas cruzadas sobre a influência do imperialismo nas eleições e problemas do sistema de contagem e debates sobre o papel das instituições estatais no processo eleitoral no país.

 

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