A cidade de São Paulo registrou 19 mortes por dengue de janeiro a 30 de maio de 2025, segundo o Boletim de Arboviroses da Secretaria Municipal da Saúde. No período, foram confirmados 52.604 casos, com coeficiente de incidência de 438,2 por 100 mil habitantes, configurando epidemia na capital. O avanço da doença expõe o abandono da cidade mais rica do Brasil, resultado do neoliberalismo, que saqueia recursos públicos e deixa a população vulnerável a crises sanitárias.

Na última segunda-feira (2), a secretaria confirmou três novos óbitos: duas mulheres, de 48 e 87 anos, com comorbidades, residentes em Capão Redondo e Moema, e um idoso de 73 anos, sem doenças conhecidas, também de Capão Redondo. Dos 19 mortos, seis eram do Jardim Ângela, que lidera com 3.878 casos e incidência de 1.110,5. Outros distritos com alta incidência incluem Rio Pequeno (938,5), Capão Redondo (898,7), Perus (895,1) e Brasilândia (867,8). A região central é a única sem distritos em epidemia. Das vítimas, nove tinham até 34 anos, cinco acima de 65, e duas eram crianças de 11 e 12 anos, nenhuma vacinada com a Qdenga, disponível na rede pública.

A epidemia de 2025, embora menos intensa que a de 2024, que registrou 194 mortes e 412.778 casos, reflete a precariedade do combate à dengue. Em 2023, no mesmo período, São Paulo teve seis mortes e 9.134 casos. Março (17.423 casos) e abril (17.339) de 2025 concentraram o maior número de infecções, enquanto maio teve 8.230. A secretaria afirma que os casos caíram 39% entre as semanas epidemiológicas 14 (4.654 casos) e 19 (2.834), but a situação permanece crítica em 58 dos 96 distritos.

A Secretaria Municipal da Saúde alega realizar 6,2 milhões de ações preventivas em 2025, incluindo visitas domiciliares, nebulizações, aplicação de larvicidas e campanhas educativas. Desde abril de 2024, foram aplicadas 555.460 doses da vacina Qdenga para jovens de 10 a 14 anos, com 54,95% de cobertura na primeira dose e 27,84% na segunda. Apesar disso, a persistência da epidemia evidencia a insuficiência dessas medidas. O neoliberalismo, com cortes em investimentos públicos, desmantelou a infraestrutura de saúde e saneamento. Dados do IBGE mostram que 35% dos domicílios paulistanos não têm acesso regular a esgoto, favorecendo criadouros do mosquito Aedes aegypti.

A situação reflete a priorização de interesses privados em detrimento da saúde pública. Relatórios do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) indicam que o subfinanciamento do SUS, intensificado por políticas neoliberais, reduziu a capacidade de resposta a epidemias. Em São Paulo, bairros periféricos, como Jardim Ângela e Capão Redondo, sofrem com a falta de saneamento e coleta de lixo, agravando a proliferação do mosquito. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alerta que a dengue no Brasil é um problema estrutural, ligado à desigualdade e à urbanização desordenada.

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Last Update: 06/06/2025