O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O delegado da Polícia Federal (PF) Caio Pellim foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça (27), para depor como testemunha e descobriu que é alvo de uma investigação na Corte. Ex-diretor de Combate ao Crime Organizado da corporação, ele foi convocado pela defesa do ex-ministro Anderson Torres.

Antes do início da oitiva, nesta terça (27), a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou Pellim que ele é um dos alvos do inquérito que apura as blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022.

Na ocasião, como diretor do departamento de Combate ao Crime Organizado, Pellim esteve em reuniões que discutiram estratégias de atuação da PF e da PRF nas eleições daquele ano. Foi no contexto desses encontros que ele depôs.

A defesa de Torres tentou argumentar e dizer que o inquérito já teria sido encerrado, mas o ministro Alexandre de Moraes explicou que a investigação segue em andamento. O delegado ficou visivelmente incomodado ao saber de sua situação.

“O depoente é investigado e citado em vários depoimentos de testemunhas e outros investigados, então na mesma forma eu já aviso ao depoente que ele tem direito ao silencio e à não autoincriminação, pode se recusar a responder qualquer indagação”, disse o magistrado.

O delegado Caio Pellim, ex-diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal. Foto: Reprodução

Pellim acabou sendo ouvido como investigado, o que muda o teor da oitiva: ao depor nessa condição, ele pode ficar em silêncio para não se autoincriminar. Suas declarações têm um peso menor que as de testemunhas, que possuem a obrigação de dizer a verdade.

Moraes afirmou que a mudança no procedimento ocorreu para impedir a anulação do interrogatório. O ministro explicou à defesa de Torres que, se a investigação fosse encerrada sem o indiciamento formal do delegado, o depoimento seria avaliado como de testemunha.

O inquérito sobre blitze da PRF no segundo turno é sigiloso e as informações expostas por Moraes durante a audiência estavam em segredo até então. Foi essa investigação que motivou a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor da corporação, que também é réu na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado.

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Last Update: 27/05/2025