Em um ato simbólico e potente, o Sintaema deu posse aos delegados e delegadas sindicais da Sabesp, CETESB, Fundação Florestal, SAEG, BRK e diversas empresas que o Sintaema representa e atua na defesa dos trabalhadores e trabalhadoras do sanemaneto e meio ambiente.

Com espírito de luta e compromisso coletivo, o evento marcou não apenas o início de um novo ciclo, mas também o fortalecimento de uma estrutura que é a alma viva do sindicato: a base organizada.

Na abertura, o presidente do Sintaema, José Faggian, destacou a importância estratégica da atuação dos delegados  e delegaas na construção cotidiana das lutas da categoria. Ressaltou ainda o retorno de companheiras e companheiros que já exerceram esse papel anteriormente — um sinal de que essa instância está consolidada e cumpre função essencial não só nas pautas corporativas, mas na luta geral da classe trabalhadora.

“A presença de novos e antigos delegados e delegadas mostra que essa representação é reconhecida e respeitada. São essas companheiras e companheiros que fortalecem a raiz do nosso sindicato e serão eles e elas que reforçarão a ponte sindicato base na luta pela defesa das conquistas e a ampliação dos direitos”, afirmou Faggian.

Formação, consciência e luta de classes

A posse foi também um momento de formação política. O Sintaema promoveu um importante debate de conjuntura sobre os desafios que se colocam para um sindicato classista, com intervenções de lideranças nacionais.

Nivaldo Santana, secretário sindical nacional do PCdoB, apontou que um sindicato forte deve ser como uma árvore frondosa, mas com raízes profundas e vigorosas: “E nossas raízes são os delegados e delegadas, que mantêm firme nossa ligação com a base e garantem sustentação para a luta”. Ele ressaltou ainda a crise global do capitalismo, marcada pelo avanço desenfreado do capital financeiro — que hoje detém um poder dez vezes superior ao PIB mundial — e como isso impacta o Brasil politicamente e culturalmente. Nivaldo alertou também para o papel nefasto de um Congresso ultraconservador, de uma mídia que ataca o projeto popular em curso e de um Banco Central que sabota o crescimento com taxas de juros abusivas.

Daniel Calazans, secretário-geral da CUT, chamou atenção para as nuances de colonialismo e racismo estrutural que atravessam o sistema atual e impõem violências aos povos do mundo. “O movimento sindical também precisa enfrentar essas contradições”, disse. Relembrou sua própria trajetória no setor metalúrgico, as violências vividas como trabalhador e como a formação de base foi essencial para compreender o papel do sindicato como guardião dos direitos e da vida da classe trabalhadora. “E é isso que vocês, delegadas e delegados, representam: essa ponte entre o chão da fábrica e o coração do sindicato”.

Eli Moraes, da CSP-Conlutas, trouxe uma análise dura sobre o esgotamento do modelo neoliberal e o colapso da globalização. “Vivemos tempos de tarifaço e guerra cambial global, reflexos de uma ordem em crise”, afirmou. Citou ainda os diversos conflitos que eclodem pelo mundo — como na Índia e na Ucrânia — e o crescimento da extrema direita como peça central dessa conjuntura. Para Eli, apesar da gravidade do cenário, a vitória de 2022 no Brasil abriu uma brecha histórica: “Estamos num ponto de virada e precisamos ocupar esse espaço com organização e mobilização”.

Delegados e delegadas: a linha de frente da luta

A posse dos delegados não é apenas uma cerimônia formal — é a renovação de um compromisso coletivo com a defesa dos direitos, com o fortalecimento das lutas e com a construção de uma sociedade mais justa. É por meio dos delegados que o sindicato se enraíza no cotidiano dos locais de trabalho, ouve, orienta e mobiliza.

O Sintaema segue firme na missão de ser um instrumento de luta e transformação. E com uma base ativa, consciente e organizada, nossa força é ainda maior.

Juntos na luta!

 

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Last Update: 20/05/2025