A defesa do doleiro Alberto Youssef, condenado por lavagem de dinheiro e organização criminosa no decorrer das investigações da Lava Jato, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para anular as condenações, tendo em vista a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos casos.
“Requer-se o reconhecimento da suspeição do então Juiz Federal Sérgio Fernando Moro na condução dos procedimentos investigativos e ações penais que tramitaram na 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba/PR nos quais o Requerente constou como investigado/réu, decretando, por consequência, a nulidade ab initio de todos os atos processuais levados a cabo nesses feitos”, pediram os advogados.
Youssef foi um dos primeiros presos na Operação Lava Jato, em março de 2014. Depois de fechar um acordo de delação, passou para a prisão domiciliar no fim de 2016 e para regime aberto no ano seguinte.
“Importante frisar que o presente requerimento não impugna a decisão de homologação de colaboração proferida por este Supremo Tribunal Federal, limitando-se a buscar a declaração de nulidade das sentenças condenatórias proferidas pelo ex-juiz Moro”, continua a defesa.
Segundo os advogados, Moro foi parcial nas decisões relacionadas a Youssef, a partir de motivações políticas e interesses pessoais.
Tal conclusão partiu do fato de que Moro se declarou suspeito para julgar o doleiro, por motivo de foro íntimo. No entanto, reverteu tal decisão posteriormente.
A escuta clandestina também foi usada como argumento para anular as condenações.
“O grampo ilegal instalado na cela de Alberto Youssef – já reconhecido neste feito – deve ser interpretado à luz das mensagens reveladas na Operação Spoofing, que evidenciaram conluio entre o ex-Juiz Sérgio Moro e membros do MPF”, argumenta a defesa.
O ministro da Suprema Corte Dias Toffoli anulou, recentemente, ações relacionadas à Lava Jato, sob a sjustuficativa de que houve um conluio entre procuradores e o ex-juiz Sergio Moro, na época responsável pela 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba.
*Com informações da CNN.
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