Defesa de prisão e luta contra o racismo são extremos opostos

O caso da prisão de quatro jogadoras do River Plate, clube de futebol argentino, após provocações racistas contra um gandula e as adversárias do Grêmio foi mais uma manifestação da ditadura do identitarismo no país. Agora é possível ser preso por falas ou provocações como uma imitação de macaco, como é o caso das jogadores. Esse atropelamento absurdo dos direitos democráticos não é uma defesa do negro de forma alguma.

O “movimento negro” que defende esse tipo de ação é aquele aplaudido pelo Estadão, o jornal da burguesia de São Paulo, inimiga mortal dos trabalhadores negros. Eles chamaram a promotora Lívia Sant’Anna, suposta militante do movimento negro afirmou: “a prisão em flagrante foi efetuada em plena conformidade com a legislação vigente, o que nem sempre acontece em situações de racismo, diante da condescendência das organizações desportivas, do sistema de justiça e da própria sociedade”.

Ainda mais importante que a frase de Livia é seu cargo, promotora, uma agente da repressão do Estado. É isso que o movimento identitário se transformou, defensores do aparato de repressão estatal. E quem são os negros mais oprimidos do país sem nenhum espaço para a dúvida? Os cidadãos esmagados pelo sistema carcerário no Brasil, uma verdadeira sucursal do inferno.

Do ponto de vista do negro essas prisões não garantem nenhum ganho real. As argentinas foram presas e soltas. Nenhum negro deixou de ser oprimido por seu patrão, pela polícia, pela especulação imobiliária e todos os capitalistas e seus agentes que oprimem essa população. A opressão do negro é material, a promotora que suspostamente defende o negro é a mesma que sustenta essa opressão material da população.

O identitarismo, ao fazer essa tentativa de luta cultura, passa longe de qualquer defesa real do negro. O que ele consegue de fato é fortalecer o aparato de repressão do Estado, algo muito concreto na vida da população negra brasileira. O identitarismo é inimigo do povo negro.

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