A defesa do ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho afirmou, nesta quarta-feira 12, que seu cliente não se lembra da noite em que matou o guarda municipal petista Marcelo Arruda, em 2022, em Foz do Iguaçu (PR).
Este é o segundo dia do julgamento de Guaranho, réu por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil (divergência política) e perigo comum (tiros disparados em um ambiente com outras pessoas).
“O Jorge não lembra absolutamente nada daquele dia. Isso tem que deixar claro. Tudo que ele sabe é o que foi reportado a ele pelo estudo do processo”, disse o advogado de defesa Samir Mattar Assad, em frente ao Tribunal do Júri em Curitiba.
A alegação é que o lapso de memória seria consequência de pancadas e disparos de armas de fogo. “Tem sequelas irreversíveis de caráter neurológica e cognitiva”, acrescentou a defesa.
Guaranho, que cumpre prisão domiciliar, chegou ao tribunal de muletas, por volta das 8h30. A estimativa é que a sentença saia na quinta-feira 13.
A estratégia do bolsonarista é negar a motivação política, o que a família e os advogados de Arruda rechaçam.
“O motivo que levou o Guaranho até a festa do Marcelo não foi outro. Foi político. Porque nós não conhecíamos este cidadão. Se não foi político, gostaríamos de saber o que ele foi fazer lá, então. Ele podia responder”, afirmou nesta quarta Pamela Silva, companheira do petista.
O assassinato aconteceu em 9 de julho de 2022, durante a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, cujo tema era o então candidato a presidente Lula (PT).
Na ocasião, Guaranho passou de carro em frente ao salão de festas aos gritos de “aqui é Bolsonaro” e “Lula ladrão”. Eles discutiram e, mais tarde, o ex-policial penal voltou ao local e atirou contra o guarda municipal.
O petista, já ferido no chão, baleou o bolsonarista, que ficou internado antes de ser preso.