Ninguém discute a gravidade do 8 de Janeiro, nem a legitimidade do julgamento dos golpistas. Os fatos são claros e o Supremo Tribunal Federal, presidido por Luís Roberto Barroso (foto/reprodução internet), tem que preservar a democracia. Mas há uma linha tênue entre defender o Estado de Direito e relativizar garantias fundamentais. Não se pode combater autoritarismo com práticas autoritárias. Quando a Justiça passa a agir conforme a cara do réu, enfraquece sua própria autoridade. Parlamentares que usam o cargo para barganhar anistia a golpistas devem ser contidos. Mas juízes também precisam respeitar os limites da lei. Defender a democracia exige firmeza, mas também equilíbrio e respeito às regras. O STF tem força. Mostra grandeza quando aplica a Constituição com isenção, inclusive para corrigir seus próprios excessos. Afinal, autoridade se sustenta na legalidade, não na paixão. Corrigir rumos não enfraquece o STF; ao contrário, o fortalece. Reconhecer exageros e revê-los é prova de maturidade institucional. É assim que um tribunal se engrandece: mostrando que está acima das paixões e fiel à legalidade. Se o Supremo quiser manter o respeito da sociedade, precisa mostrar que serve ao Direito, não a vontades individuais.

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Last Update: 08/08/2025