O Irã afirmou que os ataques de Israel contra suas instalações militares e nucleares nesta sexta-feira 13 são uma “declaração de guerra”. O país pediu medidas urgentes ao Conselho de Segurança da ONU.
A avaliação dos bombardeios foi feita em uma carta dirigida às Nações Unidas, assinada pelo ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi. No documento, ele pede “ao Conselho de Segurança que aborde o tema de maneira imediata”.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que ataques de Israel são ‘declaração de guerra’.
Foto: Anwar AMRO / AFP
O Exército do Irã também já se pronunciou sobre o episódio e afirmou que “não terá limites” em sua resposta a Israel.
“Agora que o regime terrorista que ocupa Al Quds (Jerusalém) cruzou todas as linhas vermelhas, não há limites na resposta a este crime”, afirmou o Estado-Maior do Exército em um comunicado.
O líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, advertiu que “o regime sionista impôs a si mesmo um destino amargo e doloroso”.
“As Forças Armadas certamente vão responder a este ataque sionista”, declarou Abolfazl Shekarchi, porta-voz do Estado-Maior iraniano. “O mundo agora entende melhor a insistência do Irã em seu direito de enriquecer urânio, à tecnologia nuclear e ao poder dos mísseis”, afirmou a República Islâmica.
As declarações indicam uma escalada das tensões na região.
Os ataques de Israel
Israel bombardeou mais de 100 alvos no Irã nesta sexta-feira, tendo atingido instalações nucleares e matado dois importantes chefes militares da República Islâmica – o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e do comandante do Estado-Maior, Mohamed Bagheri.
Khamenei já informou ter nomeado um novo comandante do Estado-Maior e um chefe para a Guarda Revolucionária. Os escolhidos ainda não foram anunciados oficialmente.
Resposta do Irã também mira os EUA
O Irã também afirmou que os Estados Unidos serão “responsáveis pelas consequências” dos ataques liderados por Israel. A visão do país é de a operação desta sexta “não poderia ter sido executada sem a coordenação e permissão” de Donald Trump.
O republicano, por sua vez, confirmou ter sido avisado previamente dos bombardeios, mas advertiu Teerã para que não ataque funcionários norte-americanos, nem pontos de interesse do país.
Trump, por fim, convocou uma reunião de seu Conselho de Segurança Nacional para esta sexta-feira e seu secretário de Estado, Marco Rubio, alertou o Irã para não atacar bases dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Israel lança novos bombardeios
Mesmo diante da pressão internacional para a desaceleração do conflito, Israel sinalizou que seguirá com os ataques. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, anunciou a declaração do estado de emergência e alertou que o país “eliminará” seus inimigos.
Fumaça registrada em Natanz, instalação de enriquecimento de urânio no centro do Irã.
Foto: IRINN / AFP
Minutos depois, a emissora estatal da República Islâmica registrou novos bombardeios na instalação de enriquecimento de urânio de Natanz, no centro do Irã. Outro ataque teria atingido o aeroporto de Tabriz, na província do Azerbaijão Oriental.
Irã responde com drones
Segundo informações da Defesa de Israel, quase 100 drones iranianos foram interceptados em Israel. Os equipamentos teriam sido lançados como resposta aos bombardeios desta sexta. O Irã não confirma a ação.
95 feridos
Segundo o primeiro balanço oficial sobre o ataque, pelo menos 95 pessoas ficaram feridas no Irã.
(Com informações de AFP)
