A tentativa do general da reserva Mário Fernandes de deixar a prisão foi barrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em manifestação encaminhada nesta sexta-feira (25) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral Paulo Gonet sustentou que o militar segue oferecendo risco à ordem pública, especialmente diante da gravidade dos crimes que lhe são atribuídos.
Apontado como autor do plano batizado de Punhal Verde e Amarelo, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF, Fernandes admitiu em depoimento na quinta-feira (24) que escreveu o documento, mas alegou que o fez por “curiosidade intelectual”.
Para Gonet, o reconhecimento da autoria não apenas confirma a linha da acusação, como enfraquece a tese da defesa de que o general não compartilhou o conteúdo com outros envolvidos.

Preso desde novembro de 2024, quando foi alvo da operação Contragolpe, Fernandes pediu a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar. Ele foi apontado pela Polícia Federal (PF) e pela PGR como uma peça-chave na articulação militar da trama golpista bolsonarista.
Ele teria atuado como elo entre os idealizadores da tentativa de ruptura institucional e o Comando de Operações Especiais, em Goiânia — base dos chamados kids pretos, grupo formado por militares de alta patente.
No parecer, Gonet argumenta que a liberdade do general representa uma ameaça concreta à sociedade e à investigação. “Para além do perigo à instrução, a tutela preventiva foi motivada pela gravidade concreta dos delitos, pela lesividade das condutas e pelo perigo de reiteração delitiva”, escreveu o procurador-geral.
Com a manifestação contrária da PGR, a decisão agora está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo. Ele deve analisar o pedido de revogação da prisão nos próximos dias, em meio ao avanço das audiências de instrução dos réus da tentativa de golpe.
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