Um dos pontos muito usados pela direita e, principalmente, a extrema-direita, é a questão da Segurança Pública, geralmente com apoio da grande mídia via jornalismo vermelho (ou pinga-sangue). Com isso, velhos estereótipos mantém a violência contra a população periférica, que fica à mercê tanto da violência policial como da criminalidade. Segundo o Anuário de Segurança Pública de 2024 e o Mapa da Segurança Pública de 2025, temos um aumento da letalidade policial 61,61% em São Paulo em 2024, em comparação a 2023 (813 ocorrências contra 504 do ano anterior). No Brasil, 4.025 pessoas foram mortas por policiais (90% das pessoas eram negras) segundo a Rede de Observatórios de Segurança. Jovens de 18 a 29 anos são as maiores vítimas. Os comunistas e outras forças progressistas têm atuado de forma contundente na denúncia dos casos de violência policial contra a população negra, pobre e periférica.

  Dentro das polícias não é diferente. O modelo militarizado das polícias ostensivas do Estado é arcaico, originário da Ditadura Militar que estava sob a Doutrina de Segurança Nacional. Mesmo hoje, as velhas práticas dos governos militares, seja ele “legalizado” (repressão violenta por parte da polícia) ou “ilegal” (milícias armadas como o Esquadrão da Morte). Tal organismo de cunho repressor como as PMs facilitam a corrupção dentro da instituição, o que não isenta as Polícias Civis de tal problema.

  Dentro das polícias militares, a situação contra os praças é ainda pior. O número de de suicídio dentro da tropa é alarmante: Em São Paulo, a taxa bienal de suicídio nas polícias é de 23,9 por 100 mil habitantes, o que, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerada uma situação epidêmica (a taxa de epidemia é a partir de 10 suicídios por 100 mil habitantes). Em 2023, 110 policiais militares e civis da ativa tiraram a própria vida, enquanto 107 morreram em confronto, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A maioria dos policiais que cometem suicídio são homens, pardos e sem relacionamento conjugal. A principal faixa etária é entre 31 e 40 anos. Em 76% dos casos, a arma de fogo foi o instrumento utilizado para o suicídio.

  Outro fator é a violência de gênero dentro das instituições policiais. O assédio sexual e moral é grande. Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Fundação Getúlio Vargas revelou que 40% das policiais entrevistadas já sofreram assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho. Em outra pesquisa, com 1.897 mulheres de várias forças de segurança, 74% afirmaram já ter sofrido assédio sexual. A maioria das vítimas não denuncia o abuso. A pesquisa mostrou que apenas 11,8% das mulheres denunciam, principalmente por medo de retaliação, de que a carreira seja prejudicada ou por não acreditarem na instituição. Em muitos casos, o assédio é cometido por um superior hierárquico, o que torna a situação ainda mais complexa e o medo de denunciar é maior.

  É tarefa dos comunista acolherem aquele trabalhador e aquela trabalhadora da Segurança Pública, para que os mesmos nos vejam como aliados e que eles e elas se reconheçam como uma parte da classe trabalhadora, usada pela classe dominante para manter o sistema desigual. Urge o PCdoB se aliar ao movimento dos Policiais Antifascismo.

Criminalidade e o populismo penal da direita

  A violência e a criminalidade são parte do sistema capitalista que ajudam no controle e intimidação da classe trabalhadora. Empresas de segurança privada têm lucrado com o aumento dos roubos e furtos. Outra indústria que sempre se fortaleceu é a da imprensa vermelha, o chamado “jornalismo pinga-sangue”, conhecido pelo seu sensacionalismo e soluções violentas. Tal jornalismo fortaleceu o populismo penal que vem dando força para a extrema-direita e o lobby do armamentismo. Porém, sabemos que a classe trabalhadora não teria acesso à armas, mas ficou vulnerável à violência da classe dominante quando Bolsonaro facilitou a situação dos CACs.

  Outro fator que tem sido usado nas intervenções policiais é a chamada “guerra às drogas”, que faz com que a população periférica seja massacrada tanto pela polícia quanto pelo tráfico, no Rio de Janeiro, há o problema das milícias, que atuam em paralelo com o tráfico e já possuem representantes até mesmo no poder público.

 A população acaba comprando o discurso da truculência policial e exaltando figuras conhecidas pela sua truculência, o que gera um capital eleitoral na formação da chamada “Bancada da Bala”.

  É importante que os comunistas, juntamente com outras forças progressistas, atuem em CONSEGs e reuniões de bairros, levando soluções eficazes para a população dos bairros.

Violência de gênero

  Outro dado alarmante é a violência que as mulheres sofrem, seja no âmbito doméstico, seja no âmbito público. A violência doméstica por parte de parceiros, familiares e etc tem sido um problema constante na vida das mulheres. Muitas sofrem assédio sexual por parte de seus superiores e importunação sexual no espaço de trabalho e locais públicos. É importante que os comunistas e, principalmente, as comunistas lutem por políticas públicas, em especial por casas de acolhimento de mulheres e crianças vítimas da violência doméstica.

  A LGBTfobia também tem causado grandes transtornos, gerado a falta de segurança da população LGBTQIA+. É importante a luta do PCdoB por inclusão e combate aos preconceitos.

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Last Update: 08/09/2025