A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, deixa o PSDB nesta segunda-feira 10. Em cerimônia a ser realizada no início da noite em Recife, Lyra vai confirmar a sua filiação ao PSD.
Quem estará presente ao evento é o presidente da sigla, Gilberto Kassab. Além dele, os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca e Agricultura), que fazem parte do partido, também estarão na cerimônia.
Lyra já buscava uma saída do PSDB, principalmente por considerar que a queda de representatividade do partido já não atendia mais ao seu projeto político.
No mês passado, em entrevista à Band, a governadora de Pernambuco expôs o seu incômodo com os tucanos. “O PSDB não foi oposição ao governo Bolsonaro e se colocou, há cerca de um ano, como farol da oposição ao governo do presidente Lula, sem ter um projeto que pudesse apontar para o que queremos adiante”, disse Lyra.
Em termos de vitórias eleitorais, os últimos pleitos mostram que PSDB e PSD vêm fazendo movimentos inversos. Enquanto o PSDB elegeu 276 prefeitos na eleição de 2024 — 259 a menos do que no pleito de 2020 –, o PSD foi o partido que mais elegeu prefeitos na eleição do ano passado, com 891. Em 2020, por exemplo, foram 662 mandatários eleitos.
O arrefecimento do PSDB chegou a fazer com que lideranças do partido dessem início a um processo de negociação para juntá-lo ao MDB ou ao próprio PSD. Após meses de interlocução, os tucanos desistiram da empreitada, mas o seu presidente, Marconi Perillo, reconheceu que o PSDB deve se unir ao Podemos ou ao Solidariedade.
“O partido caminha nesta direção, de fazer fusão com partidos menores, para mantermos nosso programa, nossa história. A direção é essa. É o que a base quer e vamos fazer”, disse Perillo ao jornal O Globo.
Em Pernambuco, Lyra deixa o PSDB após nove anos de filiação. Foi pelo partido, aliás, que ela se elegeu prefeita de Caruaru. Com a saída, o PSDB passa a ter apenas dois governadores no País: Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, e Eduardo Riedel, em Mato Grosso do Sul.