O presidente Lula costura alianças com partidos políticos, com vistas às eleições 2026 e o espaço no Congresso, para a aprovação de importantes medidas do governo. Enquanto isso, partidos cobram por espaço na Esplanada dos Ministérios.

Um dos partidos-chave nestas negociações é o PSD. O partido é aliado do governo e, ao mesmo tempo que a sigla vinha buscando aumentar o espaço no governo, as disputas internas que vieram à tona nesta quinta-feira (30) podem distanciar as pretensões de uma aliança mais forte.

Nas cutucadas do PSD para Lula integrar maior presença dentro do governo, o presidente do partido e secretário em São Paulo, Gilberto Kassab, disse que o atual presidente não venceria a reeleição se o pleito fosse hoje.

Em resposta, o mandatário disse que “começou a rir” quando Kassab deu essa declaração. “Eu percebi que a eleição é daqui a dois anos, fiquei despreocupado”, satirizou o presidente.

Se as falas de Kassab tinham como intuito funcionar como uma pressão para o aumento da presença no governo, elas não ecoaram de forma positiva para Lula. O presidente também retrucou as críticas de Gilberto Kassab sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Para o presidente do PSD, Haddad tem “uma dificuldade de comandar” a economia do país e que “ministro da Fazenda fraco é sempre um péssimo indicativo”.

Lula destacou que o ministro da Fazenda criticado fez uma ampla mobilização para a aprovação de diversas medidas econômicas no Congresso, incluindo o arcabouço fiscal e a reforma tributária. “Só por isso, Haddad deveria ser elogiado pelo Kassab”, seguiu o presidente.

Os pedidos do PSD de aumentarem a participação dentro do Governo ocorrem, ainda, em meio a disputas do Congresso e ministerial. Há a expectativa de que, em breve, o presidente irá modificar parte de seu ministério e poderá inserir representantes do Parlamento dos quais necessita para a aprovação de medidas de interesse do governo no Congresso.

O PSD, por outro lado, já é padrinho dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura), André de Paula (Pesca) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).

Teoricamente aliado, o PSD faz pressões como os partidos do Centrão. E é um dos que mais tem peso de articulações destes parlamentares. Mas também entram nessa disputa por espaço o PP, o Republicanos e o MDB, todos de olhos na redistribuição na Esplanada dos Ministérios.

À imprensa, nesta quinta (30), Lula também interrompeu as hipóteses dos jornais sobre uma possível reforma ministerial: “No Brasil, a gente tem hábito que, o presidente toma posse, um ano depois, toda a imprensa brasileira está tratando de reforma”.

“Trocar ministro é uma coisa que é da alçada do presidente da República”, completou Lula, indicando que não há pressa ou pressões que influenciarão suas decisões.

“Se uma pessoa que foi chamada para administrar e essa pessoa, por qualquer razão, não estiver atendendo a contento, você troca. Isso será feito com a maior liberdade. O mesmo carinho que coloquei, posso tirar uma pessoa”, adicionou o presidente.

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Last Update: 30/01/2025