Moisés Mendes*, em seu Blog
José Luiz Datena, como político em constante evolução, é uma combinação de Cabo Daciolo com Pablo Marçal, um pouco de Enéas e uma pitada de Levy Fidelix. No Roda Viva da segunda-feira, ele apareceu assim como está na foto.
Com jaqueta de couro, colar de metal no pescoço (que só se via quando a câmera o filmava de costas) e cheio de anéis, pulseiras e tatuagens.
A palavra Cristo tatuada no braço esquerdo ficava aparecendo pela metade, mas ele puxava a manga da jaqueta para que ficasse visível.
Às vezes, parecia um personagem metaleiro de ficção produzido pela inteligência artificial. Outras vezes se assemelhava a um tio de motociatas.
Deu a entender que não entende de nada, que chuta tudo sobre São Paulo, não quer se envolver em temas controversos, como o aborto, e que pode desistir de novo, pela quinta vez, a qualquer momento.
Datena é daqueles sujeitos que, mesmo que se esforcem, não conseguem convencer ninguém de que estão levando a sério a empreitada. E passa a arrogância do comunicador veterano que pretende dominar qualquer situação com enrolações.
Como as pesquisas mostram que o falso tucano não vai para o segundo turno, prepara-se para arranjar uma desculpa e saltar fora, negociando apoio. Disse que não apoia Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, mas é o que todos dizem antes de apoiar alguém.
Datena tem todo jeitão dessas figuras que fingem tanto o que são que já não sabem direito o que são mesmo. Pode ser um bolsonarista em sofrimento que não consegue sair do armário.
*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).
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