A Polícia Federal analisou o telefone celular do coronel da reserva do Exército Flávio Peregrino, assessor do general Walter Braga Netto, e obteve conversas que revelaram o incômodo dos militares com a estratégia da defesa de Jair Bolsonaro de se eximir da tentativa de golpe e tentar culpá-los por essas ações.

Em uma das anotações de Peregrino, obtida pelo jornal o Estadão, fica claro que o líder dessas articulações era o ex-presidente Jair Bolsonaro e diz que os militares tentaram ajudá-lo porque “sempre foi a intenção dele” permanecer no poder mesmo após ter sido derrotado na eleição.

O coronel rechaçou a tese apresentada pela defesa de Bolsonaro de que os planos golpistas partiram da iniciativa dos militares e buscou deixar claro que todas as ações das Forças Armadas foram feitas para tentar manter o ex-presidente no poder.

O advogado Luís Henrique Prata, que defende o coronel Peregrino, disse que as anotações foram “formuladas com base na liberdade de expressão e no contexto da assessoria de um dos envolvidos” e citou que o principal ponto era a “lealdade dos militares na busca de soluções constitucionais naquele período e ao longo de todo governo”. 

Peregrino se tornou alvo da investigação da Polícia Federal sob suspeita de tentar obter informações sigilosas da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que acusou Bolsonaro de ser mandante da tentativa de golpe do 8 de janeiro. 

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Last Update: 11/08/2025