O publicitário Chico Mendez (foto/reprodução internt) acredita que o presidente Lula desperdiçou o seu capital político com a frente ampla que o elegeu ao ignorar o centro e a centro-direita na composição do governo. Lula reforçou seu reduto, mas enfraqueceu sua base. Para o publicitário, o petista venceu em 2022 não por mérito próprio, mas pela rejeição ao adversário e pelo apoio decisivo de liberais e democratas no segundo turno. No entanto, ao formar a equipe, Lula manteve o núcleo duro do PT e deixou de incorporar aliados estratégicos que, agora, buscam alternativas para 2026. “Vendeu uma frente ampla, entregou uma frente íntima”, resume Mendez. Ele afirma que esse erro compromete a governabilidade num ambiente de semiparlamentarismo, onde o Congresso funciona como um “domo de ferro” da democracia, em uma referência ao sistema de defesa antiaéreo de Israel. Critica ainda a pauta identitária encampada por Janja, que, segundo ele, representa mais ruído do que ganho político. Para Mendez, a disputa de 2026 já está posta — com ou sem Lula e Bolsonaro na urna.
