Desde o dia 20 de janeiro, o recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem adotado uma postura agressiva em relação a diversos países, gerando tensões que vão além de questões econômicas.
Além de ameaças de tarifas e sanções, o republicano já sugeriu anexar territórios e mudar nomes de regiões geográficas. Entre os países mais afetados estão Canadá, México, China, Dinamarca (em relação à Groenlândia) e a União Europeia.
Canadá: tarifas e sugestão de anexação
Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos canadenses, alegando que o país não faz o suficiente para combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas. A medida, inicialmente prevista para entrar em vigor em 1º de fevereiro, foi adiada após promessas do Canadá de reforçar o controle da fronteira. Ele sugeriu ainda que o Canadá fosse anexado pelos EUA, classificando a ideia como “uma ótima ideia”.
O primeiro-ministro Justin Trudeau rejeitou categoricamente a proposta, afirmando que o Canadá não está à venda. As declarações de Trump elevaram as tensões entre os dois países, afetando uma parceria histórica de cooperação.
México: imigração e o “Golfo da América”
O México também foi alvo de tarifas de 25%, com Trump argumentando que o país não combate adequadamente a imigração ilegal e o tráfico de drogas, especialmente o fentanil, responsável por uma epidemia de overdoses nos EUA. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, prometeu enviar 10 mil soldados à fronteira e cooperar com as deportações em massa de imigrantes mexicanos.
Além disso, Trump sugeriu renomear o Golfo do México como “Golfo da América”, provocando uma resposta irônica de Sheinbaum, que sugeriu chamar os EUA de “América mexicana”. A disputa simbólica reflete as tensões entre os dois países, que vão além das questões econômicas.
Dinamarca e a Groenlândia: “Não estamos à venda”
Trump voltou a expressar interesse em comprar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, destacando sua importância estratégica e econômica para os EUA. A proposta, no entanto, foi prontamente rejeitada pelo primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, que afirmou: “A Groenlândia é nossa. Não estamos à venda e nunca estaremos à venda.”
A ilha é considerada estrategicamente importante para os militares dos EUA, mas a insistência de Trump em discutir sua compra gerou críticas e reafirmou a determinação da Groenlândia em manter sua autonomia.
China: guerra comercial e tarifas recíprocas
A China também está na mira de Trump, que anunciou tarifas de 10% sobre produtos chineses. O país asiático respondeu com tarifas e restrições a importações dos EUA, intensificando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A China é responsável por mais de um terço das importações dos EUA, fornecendo produtos como eletrônicos, aço e medicamentos.
União Europeia: ameaças de tarifas e críticas
Trump não poupou a União Europeia, afirmando que “com certeza” planeja impor tarifas ao bloco europeu. Ele criticou o superávit comercial da UE com os EUA e prometeu medidas para reequilibrar a relação comercial.
A UE respondeu com firmeza, afirmando que tarifas são prejudiciais para todos os lados e comprometendo-se a manter uma política de tarifas baixas para impulsionar o crescimento econômico. O bloco também criticou as tarifas impostas por Trump ao Canadá, México e China.
Panamá: controle de canal em cheque
Com o controle da principal ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o Panamá vê a gestão de extrema-direita dos EUA crescer os olhos na estrutura fundamental para o comércio global. Em 1977, o então presidente estadunidense Jimmy Carter assinou um decreto passando ao país latino o controle do canal.
Trump considera a ação de Carter um “erro estratégico”. Como pretexto para reassumir a estrutura, os Estados Unidos acusam os panamenhos de serem demasiadamente influenciados pela China. Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, afirmou no domingo que se a situação não for revertida, seu país “tomará as medidas necessárias”, sem especificar quais são.
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