O Sindicato da Micro e Pequena Indústria (SIMPI) e a Investe SP, agência vinculada ao Governo de São Paulo, lançaram o curso Exporta SP, voltado para capacitar micro e pequenas empresas que desejam iniciar ou expandir suas exportações. O programa é gratuito e oferece aulas online, mentorias individuais e networking com empresários que já atuam no comércio exterior.
A iniciativa tem o apoio institucional do SIMPI Nacional, que atua para fortalecer a competitividade das MPEs. O objetivo é orientar os participantes sobre como acessar novos destinos comerciais, adaptar produtos e embalagens, atender às exigências legais e superar barreiras logísticas e culturais.
Segundo Joseph Couri, presidente do SIMPI Nacional, “o Exporta SP é uma oportunidade para que micro e pequenas empresas aprendam, de forma prática e acessível, as estratégias necessárias para ganhar competitividade fora do país. Ao apoiar programas como este, reforçamos nosso compromisso com o crescimento sustentável das empresas e com o fortalecimento da economia brasileira”.
O conteúdo do curso aborda temas como certificações internacionais, processos aduaneiros, estratégias de negociação e marketing voltado ao mercado externo. Além das aulas, os inscritos contarão com acompanhamento de especialistas e orientações direcionadas à realidade de cada negócio.
Impacto do tarifaço
Além de apoiar a capacitação, o SIMPI acompanha os efeitos do chamado tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras. O aumento de 50% nas tarifas levou o governo federal a anunciar medidas de apoio, incluindo linha de crédito de R$ 30 bilhões com garantia do Fundo de Garantia de Exportação (FGE), ampliação das alíquotas do Reintegra, compras governamentais de perecíveis e extensão de prazos para pagamento de tributos.
Joseph Couri avaliou as medidas como positivas, mas destacou limitações. “As ações são positivas, mas o impacto das tarifas continua a prejudicar uma parte significativa das exportações, especialmente para aqueles negócios que não conseguem redirecionar seus produtos ou renegociar com os compradores americanos. O governo tomou a decisão correta em focar nas pequenas empresas, mas é necessário continuar acompanhando as necessidades dessas empresas que ainda não estão totalmente amparadas.”
Ele observa que as regiões Sul e Sudeste são as mais atingidas e alerta para os riscos sobre o emprego. “O principal desafio será garantir que as empresas possam manter seus empregos. Aqueles que não conseguem adaptar seus produtos ou mercados podem sofrer sérios impactos. A discussão sobre essa tarifa não é apenas econômica, é política, e esperamos que o governo consiga resolver essa questão de forma satisfatória.”
Couri reforça que o trabalho conjunto entre governo federal, governadores e órgãos de apoio precisa ser contínuo, e afirma que novas medidas podem ser necessárias para proteger empresas e trabalhadores diante do cenário de incertezas.