A existência do Estado de “Israel” – e isso já está mais do que constatado – é uma construção política, militar e econômica do imperialismo, sem qualquer legitimidade, tanto do ponto de vista histórico, como social, cultural e territorial (este último menos ainda).

Trata-se de um país artificial desde quando foi fundado, em 1948, por uma decisão da ONU, que, como sabemos, é um organismo controlado diretamente pelo imperialismo. 

Assim, o enclave militar sionista é totalmente dependente dos seus aliados, os que os criaram, vale dizer, não somente os Estados Unidos (esse o maior apoiador e mantenedor), mas todos ou quase todos os demais países imperialistas, que provisionam os israelenses em tudo, em todos os terrenos, sendo o militar o de maior provisão.

Embora haja ajuda e cooperação dos países imperialistas em outros segmentos da vida israelense, é no terreno militar, contudo, onde se concentra o maior volume de recursos destinados a “Israel”, o que faz do exército sionista um dos maiores, mais bem equipados, e treinados do mundo.

Esse “status” ostentado por “Israel” – de ser uma das mais eficazes forças armadas do mundo – somente foi alcançado em função do maciço apoio dado aos sionistas pelas potências imperialistas, sobretudo e em maior escala pelos Estados Unidos, o que vem acontecendo desde a fundação do Estado judeu.  

Embora muitos dos aliados tradicionais dos israelenses estejam agora “repudiando” seu comportamento em Gaza, as armas de vários países – mesmo os não imperialistas – continuam a seguir para “Israel”, o que faz alimentar a máquina militar de guerra que vem sendo utilizada para assassinar a população indefesa de Gaza, sobretudo mulheres, crianças e idosos, assim como para destruir toda a infraestrutura civil palestina. 

Israel está abarrotada de armas, basta ver que os aeroportos e portos do país registram, desde o dia 7 de outubro, um enorme movimento, com carregamentos volumosos de armas de todos os cantos do mundo. 

A cínica retórica dos países que alimentam essa monstruosa máquina de guerra para dizimar vidas humanas em escala industrial, quase sempre vem encoberta com discursos supostamente pesarosos e sentimentalóides a favor dos palestinos. Assim, quase sempre que um país do eixo imperialista anuncia que suspendeu as exportações de armas para Israel, logo em seguida aparece uma manchete indicando o contrário.

No ano passado, por exemplo, a Itália declarou que estava bloqueando todas as vendas de armas para Israel, dando falsas esperanças de que alguns países, sobretudo europeus, estavam finalmente experimentando algum tipo de despertar moral quanto aos horrores que acontecem em Gaza. Não se passou muitos dias, no entanto, para que o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, declarasse que as remessas de armas para Israel continuam, com base na lógica de que os “acordos assinados anteriormente teriam de ser honrados”. 

O mesmo ocorre com o Canadá, outro país que também está “honrando” seus compromissos anteriores com os sionistas. Através de uma moção parlamentar, o governo canadense havia suspendido as exportações de armas para Israel; tal qual os italianos, todavia, o governo do Canadá, um dia após a aprovação da moção, reverteu a decisão anunciando que também “honraria seus compromissos”. 

Trata-se da velha e conhecida falsidade e desfaçatez que norteia a política do imperialismo em todo o mundo – particularmente na etapa atual de crise e decadência – ainda que isso custe milhões de vidas, destruição em massa, uma derrama enorme de dinheiro e outras catástrofes provocadas pela política do grande capital.

Deixemos aqui uma frase final: “Isso demonstra que alguns países ocidentais continuam a pregar para o resto de nós com sua sabedoria não solicitada sobre direitos humanos, direitos das mulheres e democracia, mas na verdade não têm nenhum respeito genuíno por nenhum desses valores” (Monitor do Oriente Médio, julho/2024).

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Última Atualização: 13/07/2024