O ex-presidente Jair Bolsonaro e o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini – Foto: Reprodução

A saída da Prefeitura de Cuiabá do Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Rio Cuiabá (Cirvasc) resultou em uma grave escassez de medicamentos nas unidades de saúde da capital. A decisão foi tomada pelo prefeito bolsonarista Abilio Brunini (PL), que optou por firmar parcerias apenas com municípios comandados por prefeitos do seu partido, o PL. Desde então, pacientes relatam dificuldades para obter remédios básicos em postos de saúde e UPAs.

Servidores informaram que o Cirvasc era responsável por negociações que tornavam os medicamentos mais baratos e acessíveis. A retirada de Cuiabá do consórcio teria ocorrido após a descoberta de dívidas deixadas pela gestão anterior. “A gente não consegue atender quem precisa porque não tem o mínimo”, afirmou um profissional da rede pública.

Entre os mais prejudicados estão pacientes psiquiátricos, que não conseguem receitas por falta de receituário azul, documento exigido para a entrega de medicamentos controlados. Isso tem agravado quadros de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais.

A situação também é crítica para crianças com infecções respiratórias. Antibióticos como amoxicilina e azitromicina em suspensão estão em falta, assim como remédios para inalação, como o Brometo de Ipratrópio e o Clenil A.

Faltam ainda insumos básicos como cateter infantil, equipos, torneirinhas e luvas de procedimento.

Questionado, Brunini rebateu a escassez de medicamentos e negou a saída da capital do programa.

“A compra no atacado é do município de Cuiabá. Qual o município da Baixada que compra mais do que a gente? Nós que oferecemos esse benefício ao consórcio para comprar mais barato. O consórcio sem a gente não compra mais barato, compra mais caro”, disse Abilio em entrevista ao CliqueF5, na terça-feira (24).

Vale lembrar que o político é o mesmo que, enquanto deputado, fez um gesto supremacista durante a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que apura os atos golpistas do 8 de janeiro.

O símbolo foi feito para o aparelho celular que ele segurava nas mãos durante a sessão. O gesto é classificado como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), organização dos Estados Unidos que monitora crimes de ódio.

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Last Update: 30/06/2025