O atual prefeito de Salvador, Alexandre Reis, não quis, e teve uma resposta firme dos movimentos sociais, que reagiram e construíram a Conferência Municipal da Cidade de Salvador. O evento preparatório para a fase estadual teve sua abertura nesta sexta-feira (28) e vai até este sábado (29), no Ginásio de Esportes do Sindicato dos Bancários, nos Aflitos. Essas etapas vão ajudar a Conferência Nacional das Cidades a identificar e enfrentar os desafios atuais para a construção de uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU) que reduza as desigualdades e complemente o Estatuto da Cidade, visando uma grande reforma urbana.
Coordenador da Conferência, João Pereira lembrou que são mais de 10 anos da última Conferência Nacional das Cidades. “Vamos debater e ajudar a elaborar propostas para enfrentar os problemas centrais que atingem as cidades brasileiras. As discussões e ideias serão levadas para as conferências estadual e nacional”, explicou.
A presidente da CTB Bahia, Rosa de Souza, destacou a força dos movimentos sociais para a realização da conferência. “Vocês estão de parabéns por garantirem esse momento de debate sobre nossa capital. Temos vários dirigentes sindicais participando, reafirmando nosso apoio às lutas por cidades melhores, com desenvolvimento e inclusão social. Queremos uma cidade mais participativa e democrática. Por isso, em outubro temos o compromisso de escolher quem pode conduzir um projeto nessa linha”, destacou.
Para o presidente da Fabs (Federação das Associações de Bairros de Salvador), Kilson Melo, as lideranças comunitárias mostraram sua determinação. “Nosso objetivo é pensar as melhores soluções para os problemas de Salvador, mesmo que o prefeito tenha boicotado a conferência. As sugestões que aprovaremos aqui serão levadas aos poderes públicos para que sejam implementadas”, enfatizou.
A CIDADE QUE QUEREMOS E AMEAÇAS
Dirigente do Sitracom (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil) e membro do Conselho Municipal da Cidade, Florisvaldo Bispo criticou a postura do prefeito. “Ele não quis diálogo, mas os movimentos sociais mostraram que não aceitam esse autoritarismo e estamos realizando nossa conferência vitoriosa. Vamos debater a cidade que temos e a cidade que queremos. O povo precisa refletir sobre sua cidade e dizer aos poderes públicos o que é prioridade”, ponderou.
O vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) reafirmou que a conferência acontece por força dos movimentos sociais e criticou o prefeito. “Ele ignorou o Estatuto das Cidades não querendo a realização desse importante espaço de reflexão sobre o local em que moramos. Estamos vendo várias áreas importantes da cidade ameaçadas pela especulação imobiliária e um IPTU extorsivo, entre outros problemas. Nossa luta é pelo direito a uma cidade desenvolvida, inclusiva e justa socialmente. Essa é a defesa do nosso mandato na Câmara Municipal”, disse.
Além de lideranças comunitárias, marcam presença na conferência dirigentes da Fetracom-BA, FEC Bahia, SintraSuper, Sindicatos dos Bancários, Sindicato dos Comerciários, Sindicato dos Cordeiros de Carnaval, UBM, UNEGRO, Cajaverde, Pró-Reitoria da Uneb, Conam, Fames e Sindimoto.