O 6º Congresso Nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil) terminou no sábado (9), em Salvador (BA), com a eleição da diretoria para a gestão 2025-2029. O presidente da central, Adilson Araújo, foi reeleito para o cargo. Além de Adilson, outras 193 lideranças sindicais integram a nova direção.
“A nossa chapa unitária é a síntese da construção coletiva da direção, com um caráter democrático e plural. O consenso progressivo segue norteando a nossa vida sindical”, afirmou Adilson, na mesa final do Congresso, logo após a proclamação dos resultados eleitorais.
“Como disse o poeta, bendito aquele que semeia a luta e faz o povo pensar. A CTB é nutrida dessa convicção, de um ideal socialista”, agregou o dirigente, que preside a central desde 2013. De acordo com Adilson, o mandato será “de transição”.
A fim de compatibilizar os trabalhos da direção com os desafios atuais, o 6º Congresso aprovou a criação de dez pastas, que já têm seus respectivos secretários: Comércio e Serviço (Márcio Ayer), Gêneros e Diversidade (Jhay Lopes), Políticas para a Economia do Mar (Marcus Vinícius Balbino), Serviço Público Municipal (Jadirson Tadeu Cohen), Serviço Público Estadual (Luís Otávio da Silveira), Serviço Público Federal (Fernando Mota), Segurança no Trabalho (José Maciel), Segurança e Vigilância (Edilson Pereira), Água e Saneamento (Victor Duque Estrada) e Transporte e Logística (Valter Ferreira).
Durante três dias de programação (de 7 a 9 de agosto), os 858 delegados, de todas as regiões do País, participaram de atividades como o Seminário Internacional, mesas de debate e o lançamento do livro Renato Rabelo – Vida, Ideias e Rumos, de Osvaldo Bertolino. No último dia, foram aprovadas a Resolução Política e a Carta de Salvador.
“Enfrentar e derrotar a extrema direita é hoje, e provavelmente será pelos próximos anos, o principal desafio das forças democráticas e progressistas, incluindo o movimento sindical, no Brasil e em muitos países”, aponta a Resolução. “O 6º Congresso da CTB reitera o compromisso histórico de lutar pela democracia, pela paz mundial, pela soberania nacional e pelo socialismo, ideal maior da classe trabalhadora e única alternativa à barbárie capitalista.”
Em seu Plano de Lutas, a CTB lembra que a luta em defesa da democracia, da soberania e justiça tributária está na ordem do dia. É dever do movimento sindical pressionar o Congresso para viabilizar a lei que taxa os super-ricos e isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês. Além disso, a CTB continuará a priorizar as batalhas pela redução da jornada de trabalho e pelo fim da escala 6×1.
Já a Carta de Salvador denuncia que o Brasil está às voltas com uma “abjeta e descarada agressão imperialista dos EUA à sua soberania”, liderada pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Conforme o documento, “a CTB apoia a conduta altiva e soberana do presidente Lula no enfrentamento do problema criado por Trump a pedido do Clã Bolsonaro, defende o fortalecimento do Brics e das relações com a China, a Índia e outros países do chamado Sul Global, bem como medidas para proteger ramos e empresas afetados pelas tarifas”.