Nesta quarta-feira (11), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) iniciou a 10ª Reunião da Direção Nacional , que se estenderá até o dia 13. O evento, realizado na Casa da Classe Trabalhadora em São Paulo , inclui um Seminário Internacional intitulado “A resistência sindical em tempos de crise”, que contou com a presença de importantes líderes sindicais, como Solly Phetoe , Secretário Geral da COSATU (Congresso Sul-Africano de Sindicatos), e João Barreiros , Secretário de Relações Internacionais da CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional) e um seminário sobre comunicação e disputa de ideias, que contou com a presença de Renata Mieli, presidenta do Comitê Gestor da Internet.
Seminário Internacional
Desafios e estratégias da Classe Trabalhadora
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), falou sobre a importância de um seminário internacional que celebrou o 17º aniversário da CTB, destacando a participação da COSATU, a principal central sindical da África do Sul, e da CGTP de Portugal. Ele enfatizou a necessidade de atualizar a situação política internacional e aprofundar os debates sobre os desafios globais, como guerras e crises econômicas, que impactam diretamente a vida do povo brasileiro.
“A CTB protagoniza um evento importante: a realização de um seminário internacional que reuniu nossa central sindical com a principal central sindical da África do Sul (COSATU), reforçada pela CGTP de Portugal, a maior organização sindical do país. Isso revela a grandeza da nossa central sindical. A CTB trouxe, para a celebração de seu 17º aniversário, não apenas a oportunidade de atualizar a situação política internacional, mas também a necessidade de aprofundar os debates e fazer uma leitura sobre esse momento complexo e conturbado que o mundo enfrenta, especialmente em decorrência das guerras, crises econômicas e recessões. Todos esses fatores têm repercussão e impacto na vida do povo, e no caso particular do Brasil, são alimentados por uma polarização ainda presente na sociedade. É um momento que nos convida a fazer uma contraposição ao desejo deste congresso, que é o mais venal da história, alimentado pelo rentismo e especuladores super ricos, que pretendem consagrar um pacote fiscal que subtrai direitos e benefícios. Isso afetará o salário mínimo, o abono salarial e o BPC, aprofundando ainda mais o quadro de desigualdade que aflige grande parte das famílias brasileiras, especialmente as mais vulneráveis. Assim, entendemos que é um momento de congraçamento, mas também de aprovar um plano de luta e resistência para que possamos efetivamente lutar por um Brasil soberano, democrático e próspero”, afirmou Adilson Araújo, presidente da CTB.
Nivaldo Santana, secretário de Relações Internacionais da CTB, enfatizou a importância das relações fraternais entre a CTB e as centrais sindicais internacionais, destacando a COSATU como um exemplo de luta histórica contra o Apartheid na África do Sul. Ele ressaltou que a presença de João Barreiros é crucial para fortalecer os laços com Portugal, especialmente em tempos de crise.
João Barreiros abordou uma crise estrutural do capitalismo, mencionando que nos últimos dois anos ocorreram ataques aos direitos trabalhistas, incluindo o direito de greve. Ele destacou que a COSATU vê 2024 como um ano crítico para a luta de classes, enfrentando desafios significativos em sua própria situação interna.
Solly Phetoe também fez uma análise profunda sobre as condições atuais de trabalho na África do Sul e globalmente. Ele observou que as mudanças na política econômica estão levando a uma precarização do trabalho, com um aumento no trabalho informal e nas plataformas digitais. Phetoe alertou sobre a fragmentação da classe trabalhadora e a necessidade urgente de uma resposta unificada contra o neoliberalismo e as políticas elitistas que perpetuam desigualdades.
Comunicação e Disputa de Ideias
O seminário “Comunicação e Disputa de Ideias” abordou as complexidades e desafios enfrentados na luta pela narrativa no contexto atual. Adilson destacou as dificuldades que os movimentos sociais têm encontrado para se comunicar efetivamente, mencionando que a comunicação tradicional, como o uso de carros de som, já não é mais suficiente para engajar as pessoas. Ele enfatizou a necessidade de repensar as estratégias comunicativas, especialmente em um cenário dominado por grandes empresas de tecnologia que não oferecem suporte à luta sindical.
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