A delegação da CSP-Conlutas que participa da Marcha Global para Gaza foi impedida, juntamente com centenas de outros ativistas, de avançar em um dos checkpoints egípcios, nesta sexta-feira (13), a caminho da fronteira de Rafah. Os ativistas chegaram a ter os passaportes apreendidos. Os recuperaram, mas seguem sem poder seguir viagem.
Passaportes são confiscados num dos checkpoints
Diante do bloqueio, os integrantes da comitiva encaminharam uma carta oficial à Embaixada do Brasil no Cairo, solicitando intervenção diplomática imediata para garantir sua passagem rumo à Faixa de Gaza (a íntegra da carta pode ser conferida aqui).
O documento destaca a urgência da situação humanitária em Gaza, classificada como catastrófica, e reafirma o caráter pacífico, humanitário e simbólico da Marcha, iniciativa internacional que envolve manifestantes de dezenas de países para pressionar pelo fim do bloqueio que Israel impôs ao povo palestino. Na carta, a delegação apela à embaixada que:
1. Interceda junto às autoridades egípcias para garantir a travessia segura até a fronteira de Rafah;
2. Reconheça formalmente a legitimidade do protesto pacífico, amparado pela Constituição brasileira e pela Carta de Direitos Humanos da ONU;
3. Garanta apoio consular e diplomático aos brasileiros envolvidos na missão humanitária.
“Não é tempo de silêncio nem de neutralidade. Neste momento histórico, o posicionamento das instituições brasileiras será lembrado. Esperamos da vossa parte uma ação que honre os valores de liberdade, justiça e solidariedade que o Brasil proclama internacionalmente”, diz trecho da carta.
A delegação da CSP-Conlutas é formada por Fábio Bosco e Herbert Claros, do Setorial Internacional, e Magno de Carvalho, do Sintusp e integrante da Executiva Nacional da Central.
A CSP-Conlutas reitera o pedido de atuação firme da diplomacia brasileira e cobra que o governo Lula se posicione de forma clara contra o massacre em Gaza, apoiando as ações internacionais de solidariedade ativa ao povo palestino, bem como rompa relações militares e econômicas com Israel.
