Na manhã de quinta-feira (3), durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a caracterizar o que “Israel” está fazendo contra o povo palestino como genocídio.

Ele foi questionado sobre um comunicado da Embaixada da entidade sionista no Brasil que criticava a posição do governo indiretamente ao alertar sobre suposto aumento do “antissemitismo” no mundo. Em resposta, o mandatário brasileiro afirmou que “um presidente não responde a uma embaixada, mas reafirma o que diz”, destacando que “o que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças”.

“Possivelmente, todas as pessoas de bom senso no mundo, inclusive gente do povo de Israel e vocês, devem ter lido uma carta do ex-primeiro-ministro de Israel, criticando que não é mais uma guerra e que é um genocídio. Você já viu carta de mil militares anunciando que aqui não é mais guerra, e é um genocídio. Você não pode dar pretexto de alguém matar mulheres e crianças, deixar crianças com fome”, afirmou o presidente.

Depois, em uma de suas melhores declarações desde 7 de outubro de 2023, Lula criticou o comunicado da embaixada sionista, denunciando a farsa que é a acusação de “antissemitismo” por parte da ocupação israelense:

“Possivelmente, todas as pessoas de bom senso no mundo, inclusive gente do povo de Israel e vocês, devem ter lido uma carta do ex-primeiro-ministro de Israel, criticando que não é mais uma guerra e que é um genocídio. Vocês já viram carta de mil militares anunciando que aquilo não é mais guerra, que é um genocídio. Você não pode, a pretexto de encontrar alguém, matar mulheres e crianças, deixar crianças com fome. Não sei se vocês viram a cena de duas crianças que estavam carregando farinha para comer e que foram mortas. E vem dizer que é antissemitismo? Precisa parar com esse vitimismo, precisa parar com esse vitimismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio, é a morte de mulheres e crianças que não estão participando de guerra”, disse.

Diante do posicionamento firme do presidente Lula, não cabe mais hesitação. O Brasil não pode continuar a manter relações diplomáticas, comerciais e militares com um regime que pratica um massacre sistemático contra o povo palestino, que destrói hospitais, bombardeia campos de refugiados, assassina crianças que carregam sacos de farinha e, cinicamente, chama isso de “autodefesa”.

Não há “amizade” possível com o sionismo. As relações com “Israel” significam, na prática, abrir as portas do País para o imperialismo, permitir que serviços de espionagem como o Mossad operem livremente em solo brasileiro, que empresas ligadas ao aparato militar sionista lucrem com contratos de “segurança pública”, que militantes antissionistas sejam perseguidos e que a política externa do Brasil continue atrelada aos interesses de Washington.

Ao reafirmar a realidade — a de que o que ocorre em Gaza é um genocídio —, Lula divulga a denúncia que bilhões ao redor do mundo já compreendem. Mas é preciso mais. Palavras não bastam: é necessário romper imediatamente todas as relações com a entidade sionista, expulsar seu embaixador, suspender os acordos bilaterais e declarar que o Brasil não aceita ser cúmplice da barbárie.

Romper com “Israel” não é apenas um ato de solidariedade ao povo palestino. É uma exigência de soberania nacional, de defesa do povo brasileiro. Ou o governo avança nesse sentido, ou estará inevitavelmente se alinhando com os maiores criminosos do nosso tempo. É preciso escolher um lado: do genocídio, ou da luta pela libertação nacional.

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Last Update: 05/06/2025