Em meio à crescente tensão e denúncias de violência policial na Favela do Moinho, no centro de São Paulo, uma comitiva de ministros do governo Lula desembarca nesta quinta-feira (15) na capital paulista para ouvir os moradores e avaliar de perto a situação. A visita ocorre após o inicio da desocupação da área, na última segunda-feira (12), pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A ação foi marcada pela repressão policial e cenas de violência.

A área, que pertence a Superintendência de Patrimônio da União (SPU), estava em processo de cessão para o governo estadual, que tem o objetivo de transformá-la em um parque. No entanto, diante do uso de força policial e do descumprimento de acordos prévios, o Ministério da Gestão e da Inovação decidiu suspender o repasse do terreno. A medida representa um recuo importante da União diante da forma como a desocupação foi conduzida pelo governo paulista.

Mesmo com a suspensão da cessão, o governo Tarcísio manteve o cerco policial à comunidade. Nesta quarta-feira (14), moradores voltaram a denunciar repressão por parte da Polícia Militar (PM), que utilizou gás de pimenta e balas de borracha para conter manifestações. O cenário repete práticas violentas recorrentes na política habitacional do estado, marcada historicamente por despejos forçados e ausência de diálogo com populações vulneráveis.

A comitiva federal que irá até a favela é composta por representantes da Secretaria-Geral da Presidência, dos ministérios da Gestão e Inovação, das Cidades e da Secretaria de Comunicação Social. Os ministros devem se reunir com moradores e ouvir relatos sobre a violência sofrida nos últimos dias. Nenhum representante do governo estadual deve participar do encontro.

Paralelamente à visita à comunidade, o ministro das Cidades, Jader Filho, se encontrará com o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, no Palácio dos Bandeirantes. A expectativa é de que a reunião trate da condução da desocupação e do futuro da área. Contudo, até agora, o governo paulista mantém a postura de ignorar as denúncias de abuso policial e o apelo por soluções mais humanas para o destino das famílias afetadas.

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Last Update: 15/05/2025