A candidatura de Pablo Marçal a prefeito de São Paulo está sendo ameaçada após uma crise em seu partido, o PRTB – a legenda está em conflito há anos, com disputas judiciais sobre o comando do partido.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana passada, suspendeu uma assembleia convocada para destituir a atual executiva nacional do PRTB – o evento é mais um episódio da disputa que começou em 2021, após a morte de Levy Fidelix, fundador do partido. Desde então, a luta pelo controle do partido tem se intensificado.
A falta de representação do PRTB no Congresso também complica a situação de Marçal. Sem deputados federais eleitos em 2022, o partido não terá tempo de TV garantido, e as emissoras não são obrigadas a convidar o influencer para debates, a menos que sejam formadas coligações com outras siglas. Além disso, o fundo eleitoral disponível para a campanha é bastante limitado, com apenas R$ 3,4 milhões.
Disputas internas e crise no PRTB
Desde 2021, a legenda está envolvida em disputas internas pelo comando. Após a morte de Levy Fidelix, seu irmão Júlio Cezar Fidelix da Cruz foi escolhido para liderar a executiva nacional, mas enfrentou resistência de outros membros, incluindo Aldineia Fidelix, viúva de Levy.
A disputa culminou em uma intervenção temporária do TSE em dezembro de 2023, seguida por uma nova eleição em fevereiro de 2024, que elegeu Avalanche.
A crise interna resultou em acusações de falsificação de assinaturas e fraudes no processo eleitoral do partido. Em junho, um grupo convocou uma assembleia para destituir a executiva nacional, mas Avalanche conseguiu que o TSE cancelasse a reunião, mantendo-se no comando do partido. Karina Fidelix da Cruz, advogada e filha de Aldineia, afirma que um acordo feito entre sua mãe e Avalanche não foi cumprido, gerando mais conflitos internos.
A disputa interna também gerou registros de boletins de ocorrência e acusações de ameaças. O marqueteiro Michel Winter, filiado ao PRTB, acusou Avalanche de ameaça de morte, enquanto Tarcísio Escobar, que comandou o partido por alguns dias, continuava se apresentando como presidente nas redes sociais, apesar de ter sido condenado por furto e estelionato.
Até junho, o PRTB enfrentava problemas no diretório paulista, que ficou inativo por algumas semanas. Atualmente, Avalanche acumula os cargos de presidente nacional e estadual, enquanto Marçal ocupa a posição de primeiro vice-presidente. A situação da legenda foi regularizada, com diretórios nacional, estadual e municipal de São Paulo devidamente registrados na Justiça Eleitoral.
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