O jornalista Ruy Castro é contratado pela Folha de S. Paulo para escrever coisas que agradam essa tão “ilibada”, “democrática” e “defensora dos fracos e oprimidos” imprensa capitalista nacional. O que agrada essa imprensa agora é atacar o regime venezuelano, acusando, totalmente sem provas, Maduro de ter fraudado as eleições.
Essas acusações comprovam a preocupação “democrática” da Folha e de seu colunista, afinal, nada mais “democrático” do que defender a ingerência sobre outro país. Os Estados Unidos, um país que é outro exemplo de democracia, estão dizendo que houve fraude e estão declarando a oposição como vencedora das eleições de um país que fica a 3 mil quilômetros de distância.
Como estamos falando dos maiores defensores da democracia que o mundo já viu, vale tudo, até mesmo passar o trator por cima das eleições de outro país. E se você é um jornalista contratado para isso, você inclusive se sente no direito de dizer: Maduro, exploda-se. Esse é o título da coluna de Ruy Castro.
Esses mesmos amantes da democracia, tão preocupados em dar palpite sobre a Venezuela, querem proibir que a palavra “fraude” seja dita no Brasil e nos Estados Unidos. No Brasil e nos Estados Unidos, falar “fraude” era motivo de censura, perseguição, histeria, condenação à fogueira, algoritmos das redes sociais agindo contra etc.
Agora, como o assunto é Venezuela, a palavra “fraude” voltou com tudo no vocabulário dos jornais, do governo norte-americano e das instituições “democráticas” brasileiras.
E o jornalista contratado Ruy Castro até inova. Como se trata de Venezuela, outro tabu da imprensa capitalista é retomado: o “discurso de ódio”. Mandar Maduro “se explodir”, pode. Mandar Biden ou Kamala Harris se explodirem seria “discurso de ódio”. Mandar Alexandre de Moraes se explodir, então, é risco de cadeia.
Pedir o fim do Estado de “Israel” é “discurso de ódio” acrescido de racismo.
Pobre Maduro, não tem as costas quentes, não conta com a amizade dos “democratas” norte-americanos, nem com a simpatia dos grandes jornalistas brasileiros.
A coluna de Ruy Castro não acrescenta nada politicamente. É só uma historinha para dizer, no final: “Não leve a mal, Maduro, mas queremos que você se exploda.” Isso porque os patrões que o contrataram para falar mal de Maduro liberaram o “discurso de ódio” e as acusações de fraude sem provas.
Mas é interessante a historinha que Ruy Castro usou para atacar Maduro no final. É uma comparação com o filme O Salário do Medo (Le Salaire de la Peur), de 1953, dirigido por Henri-Georges Clouzot. Segundo ele, o filme se passa na Venezuela dos anos 50 em um vilarejo.
A comparação é boa porque Ruy Castro acaba se entregando nas suas intenções. O que ele quer para a Venezuela é que ela volte a ser um país controlado por petrolíferas privadas, norte-americanas, de preferência, e fique na mais absoluta miséria.
É isso o que quer Ruy Castro e seus patrões democráticos e amorosos da Folha. Querem “explodir” Maduro para que a Venezuela volte a ser um país miserável em que as pessoas sejam obrigadas a se colocar em risco para ganhar algum dinheiro.
O artigo de Ruy Castro nos revela muitas coisas interessantes. Democracia é o que os Estados Unidos dizem que é. Fraude só acontece quando os inimigos dos Estados Unidos ganham a eleição. Discurso de ódio só é discurso de ódio quando está voltado contra os aliados dos Estados Unidos. Matar milhões de palestinos é normal e até autodefesa, falar contra o Estado de “Israel” é racismo pesado. Pedir a morte de alguém só pode ser a de Maduro.
E aprendemos também que a Folha de S. Paulo e seus colunistas, como Ruy Castro, podem acusar sem provas porque nesse caso não é “fake news”. Foi o que fizeram, junto com outros ilibados meios como a Globo, o Estado de S. Paulo, Veja etc, quando acusaram o governo do PT sem provas e ajudaram a dar um golpe de Estado no Brasil.
Não nos leve a mal, Ruy Castro, mas o senhor é um cínico!