O embate político em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) rendeu uma vitória simbólica ao governo Lula nas redes sociais — e deixou o Congresso Nacional no centro das críticas. Dados da Quaest, divulgados nesta sexta-feira (4), apontam que 61% das 4,4 milhões de postagens sobre o tema responsabilizam o Legislativo pela queda do decreto que ampliava a alíquota do imposto. O levantamento foi feito entre os dias 24 de junho e 4 de julho, período em que a tensão entre os poderes se intensificou.
Em meio à turbulência, o Planalto apostou em uma estratégia agressiva de comunicação com o mote “nós contra eles”, mirando os parlamentares como defensores de ricos e obstáculos à justiça tributária. A partir de então, as redes sociais passaram a reagir com força, impulsionadas por vídeos e publicações de figuras ligadas a partidos progressistas que usaram o discurso da justiça social para confrontar os parlamentares.
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A hashtag #InimigosDoPovo foi um dos principais termômetros dessa insatisfação. Sozinha, ela alcançou mais de 300 mil menções. Termos como “congresso da mamata”, “protetores dos ricos” e “parlamentares blindados” viralizaram, representando 31% das expressões mais usadas. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, virou o principal símbolo da insatisfação. Ele foi citado em 8% das publicações, e memes ironizando seu patrimônio pessoal, como a posse de uma aeronave, ganharam força nas redes.
Apesar do desgaste em episódios anteriores, como o escândalo do INSS e o próprio anúncio inicial do aumento do IOF, o governo teve melhor desempenho. Entre os comentários sobre Lula, 45% foram positivos, 31% negativos e 24% neutros. Na crise anterior do INSS, por exemplo, 77% das menções ao presidente eram críticas.
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A atuação digital dos parlamentares também foi medida: governistas foram os mais ativos, com quase o dobro de publicações em relação à oposição. O relatório da Quaest aposta essa mobilização como uma “virada no embate de narrativas”, indicando que o governo soube aproveitar a crise para reforçar seu posicionamento junto à opinião pública.
Com a tensão entre Planalto e Congresso escalando, o episódio pode sinalizar uma mudança no tom da articulação política — e evidenciar o novo peso da arena digital nas batalhas institucionais. Para ver a íntegra da pesquisa, clique aqui.
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