Nas últimas semanas, um dos principais destaques da política nacional foi o escândalo do INSS, iniciado a partir da operação da Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República, e que culminou com o pedido de demissão de Carlos Lupi (PDT) do Ministério da Previdência. O caso evidencia um ataque da burguesia e da ala direita que compõem o governo, para colocar no lugar de Lupi alguém ainda mais direitista e que seja favorável à destruição dos direitos dos aposentados.

A operação do INSS e a derrubada de Lupi mostram o caminho da perseguição lavajatista voltando à tona. A burguesia atua para controlar e demolir o governo aos poucos, como já fizeram no caso do afastamento do ministro Silvio Almeida, as crises dos pacotes de Haddad cortando benefícios e a questão do pix. São vários exemplos da política da direita, presente no governo, com os próprios aliados, que atuam na liquidação do governo Lula.

Nessa semana, toda a imprensa golpista está dedicada a pressionar o governo com a questão da previdência. Um editorial da Folha de S. Paulo intitulado “Saída de Lupi, inevitável, não encerra escândalo”, evidencia que a campanha para demolir o governo e, consequentemente, os direitos sociais do povo brasileiro, continuarão.

“Os fatos, porém, são bem mais graves para a administração petista, como mostrou a queda do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, logo no dia seguinte ao feriado dos trabalhadores”, disse o jornal porta-voz da burguesia.

A imprensa procura ressaltar que se trata de uma crise, e das graves. O editorial da Folha diz que “providências só foram tomadas quando a Controladoria Geral da União e a Polícia Federal deflagraram uma operação contra a fraude”, num aceno muito claro ao método lavajatista de fazer política, como vimos nos últimos anos da política nacional.

Essa é a campanha da burguesia para tentar tirar Lula do cenário eleitoral e emplacar o seu candidato. Ou para preparar um terreno onde tenha domínio total do governo de Lula. É a manobra da direita dita “democrática”, aquela aliada do STF e que ataca Bolsonaro para “lutar contra o fascismo”. Nada poderia ser mais mentiroso.

Os democráticos da Folha, do STF e dos partidos envolvidos na manobra, são os resquícios do MDB e do PSDB, junto do União Brasil, que agora quer se aliar com o PP. O União Brasil já foi uma fusão do DEM (partido formado pelo mesmo grupo político do ARENA, da época da ditadura militar) e o PSL. Agora o União vai se fundir com o PP, outro filhote da ditadura.

No final das contas, esses partidos todos sempre fizeram parte do regime político brasileiro, principalmente nos tempos da ditadura. E todos representam, desde sempre, os setores mais pró imperialistas da burguesia nacional.

O que está em jogo, é uma operação para colocar esse pessoal de novo no poder e no controle total do regime político. O lavajatismo, a perseguição política, as calúnias, a campanha da imprensa, são todas ferramentas que a burguesia usa para dar um golpe nos trabalhadores.

São esses partidos, que se entrarem no poder definitivamente, terão capacidade de implementar um governo neoliberal ferrenho e destruir de vez a previdência, os direitos trabalhistas e terminar de privatizar todas as empresas estatais que ainda não foram privatizadas.

Trata-se de uma ofensiva contra os trabalhadores e contra a esquerda em geral. Mesmo Lupi sendo um direitista, sua posição de não destruir a previdência o fez ser derrubado. A esquerda precisa ficar atenta aos próximos passos da burguesia, que vai carcomendo o governo. Os destaques da imprensa evidenciam o golpe à caminho e ele pode ser fatal para os trabalhadores.

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Last Update: 05/05/2025