A Europa vive nesse momento a mais grave crise do pós-guerra, potencializada não somente pela própria situação de debacle econômica e social (ascensão da extrema direita, endividamento etc.) que atinge quase todos os países, mas também e principalmente pela decisão do novo governo norte-americano, do republicano Donald Trump, de cortar a ajuda militar que os Estados Unidos sempre garantiu ao velho continente. Neste momento, os governos decadentes e servis do imperialismo buscam manter a guerra e até mesmo aprofundá-la.
A vontade do imperialismo (principalmente norte-americano, que foi derrotado nas eleições por Trump), de dar continuidade à guerra contra a Rússia, se valendo da Ucrânia como bucha de canhão, obrigou os governos europeus a buscarem um caminho próprio para “manter aquecido” o ambiente do conflito, que completou três anos no dia 24 de fevereiro, sem qualquer mínima perspectiva de uma vitória do esfacelado exército ucraniano sobre os russos, mesmo diante de todo o volume de dólares e euros enviados pelos países imperialistas para o desmoralizado e ilegítimo regime de Kiev.
Os dirigentes europeus, diante das ameaças de Trump em abandonar até mesmo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), se movimentam no sentido do prolongamento do conflito. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, diante da ofensiva trumpista, anunciou uma derrama de bilhões de euros destinados a reforçar a segurança da Europa. Von der Leyen anunciou que a União Europeia vai propor ativar uma cláusula de “escape fiscal”, permitindo que os países gastem €650 bilhões (cerca de R$4,1 trilhões) adicionais em defesa ao longo de quatro anos, sem sanções orçamentárias. Com novos empréstimos, o pacote pode mobilizar quase €800 bilhões (mais de R$5,1 trilhões).
A chefe europeia destacou que: “estamos em uma era de rearmamento“, e a Europa está pronta para aumentar significativamente seus gastos com defesa, especialmente para continuar apoiando a Ucrânia após a interrupção da ajuda militar determinada por Trump.
A decisão do presidente norte-americano de não mais pagar a conta dos elevados gastos europeus com os orçamentos de guerra, escancara o aprofundamento da crise mundial do imperialismo, que vem agudizando todas as tendências manifestadas nas últimas décadas, potencializada pela crise que assola a maioria dos países da zona do Euro.