A vitória do Irã contra o imperialismo e o nazissionismo revelou ao mundo o esgotamento histórico do enclave colonial no Oriente Médio. Pela primeira vez desde sua criação artificial em 1948, “Israel” foi alvo de uma ofensiva militar direta, coordenada e massiva por parte de uma potência regional e não conseguiu impedir, conter ou retaliar de forma eficaz o ataque. A superioridade militar que justificava a existência do regime sionista simplesmente deixou de existir.
Apesar da campanha de desinformação da imprensa internacional, os fatos são incontestáveis: o Irã impôs uma derrota histórica ao regime sionista. Mísseis cruzaram o espaço aéreo de “Israel” com precisão cirúrgica, atingindo bases militares, radares e centros estratégicos. O sistema de defesa não conseguiu deter o ataque e quase chegou ao colapso total. Foi uma demonstração clara de que a supremacia militar sionista, pilar de sua função como base armada do imperialismo na região, chegou ao fim.
A existência de “Israel” sempre esteve vinculada à sua utilidade como braço armado do imperialismo no Oriente Médio. Foi essa posição que lhe permitiu subjugar os regimes nacionalistas nas décadas de 1950 e 1960, bombardear países vizinhos como o Líbano, o Iraque e a Síria e manter sob ocupação os territórios palestinos com mão de ferro. Mas quando essa superioridade é rompida, a função política da entidade sionista também se dissolve. Se não pode mais cumprir o papel de polícia da região, “Israel” perde sua razão de ser.
Esse desequilíbrio na balança de forças não é passageiro. Ele corresponde ao que sempre marcou o colapso dos regimes coloniais. Durante séculos, os europeus dominaram a África pela força bruta, até que os povos colonizados atingiram um patamar de desenvolvimento técnico e organizativo que tornou essa dominação insustentável. Não foi possível manter a ocupação direta sem recorrer a uma selvageria aberta, e a descolonização foi inevitável. O mesmo processo se verifica agora no Oriente Médio. A resistência, liderada pelo Irã e acompanhada por forças como o Hamas, a Jiade Islâmica, o Hesbolá e o Ansar Alá, atingiu um patamar que rompe com a ordem imposta pelo imperialismo após a Segunda Guerra Mundial.
O colapso militar de “Israel” ante o ataque iraniano inaugura uma nova etapa na luta pela libertação da Palestina e pelo fim do enclave sionista. A crise do regime é irreversível. O que se seguirá, a partir de agora, é a sua agonia – que pode se estender no tempo, mas que já não tem mais volta.
O papel do imperialismo norte-americano e europeu também entra em xeque. Se a entidade sionista não pode mais garantir seus interesses na região, será cada vez mais difícil manter a dominação sobre os povos do Oriente Médio. A crise de “Israel” é, portanto, expressão de uma crise mais profunda: a do próprio imperialismo em sua forma decadente.