
Mauricio Claver-Carone, enviado de Donald Trump para a América Latina, causou um mal-estar ao comentar sobre os “três problemas” que, segundo ele, o Brasil precisa resolver: “crime, corrupção e câmbio”. Com informações do colunista Jamil Chade, do UOL.
Na segunda-feira (12), durante evento promovido pelo grupo Esfera, em Nova York, Claver-Carone afirmou que a resolução desses problemas poderia resultar em um aumento significativo dos investimentos no país. Seu discurso gerou desconforto entre representantes do governo e empresários presentes no evento.
O representante dos EUA também criticou a percepção dos investidores sobre o Brasil, mencionando que menos de 1% sabia que o país é a segunda maior economia das Américas. Carone destacou o risco cambial como um dos maiores desafios para os investidores, ressaltando que os negócios em dólares são preferíveis. “Gostamos de países dolarizados”, afirmou, sugerindo que a economia brasileira precisa lidar com essa questão para atrair mais capital estrangeiro.
Além disso, ele citou o crime organizado como outro obstáculo para o Brasil, mencionando o PCC, e a corrupção como um “mito e realidade”: “O Brasil deveria ser um país de primeiro mundo. Será se conseguir lidar com essas questões. O Brasil tem um problema cambial, tem um problema de criminalidade. E estou muito otimista. Quero dizer, o país percorreu um longo caminho no que diz respeito à corrupção”.
O discurso também incluiu críticas indiretas à China, sugerindo que os EUA ainda são a maior fonte de investimento estrangeiro no Brasil.
O evento foi marcado por uma reação do governo brasileiro. Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, refutou a ideia de que o Brasil teria uma aliança automática com a China, e outros representantes brasileiros expressaram descontentamento com as observações de Carone. “Fazemos as coisas da nossa forma, defendendo o nosso interesse”, afirmou Durigan, destacando a postura autônoma do Brasil nas questões internacionais.

Em sua trajetória política, Claver-Carone tem sido uma figura controversa, defendendo políticas agressivas em relação a Cuba e Venezuela.
Ele deixou o primeiro governo Trump para liderar o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), num esforço para tentar frear a influência da China na região. Sua candidatura teve o apoio de Jair Bolsonaro, a partir de 2019.
No entanto, após uma investigação concluir que ele manteve uma relação íntima com uma funcionária, desrespeitando as normas da instituição, o americano foi demitido.
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