Na última segunda-feira (12), uma jovem Xavante de 13 anos morreu por complicações de saúde na Terra Indígena Marãiwatsédé, entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, região norte do Mato Grosso. A morte, causada por uma infecção no apêndice, é a quarta de crianças com menos de 14 anos na região em 2025, somando-se a óbitos de jovens adultos e mulheres grávidas no último ano, todos por causas evitáveis. O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) denuncia a falta de atendimento médico adequado, com equipes de saúde insuficientes e veículos precários para transporte de pacientes.
A Terra Indígena Marãiwatsédé abriga 21 aldeias do povo Xavante, que enfrentam aumento de casos de tuberculose, desnutrição infantil e pneumonia. A única caminhonete disponível para transporte está em péssimas condições, com a caçamba e o para-choque amarrados por cordas, incapaz de percorrer longas distâncias até unidades de saúde.
Na última semana, lideranças Xavante se reuniram com a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), em Brasília, que prometeu enviar uma equipe para resolver os problemas de gestão. O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, porém, está sem coordenação há meses. O CIMI destaca a necessidade de mais profissionais, equipamentos, remédios e veículos adequados, além de saneamento básico e água potável nas aldeias.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, a mortalidade infantil entre índios no Brasil foi de 32,5 por mil nascidos vivos, o dobro da média nacional. A situação em Marãiwatsédé reflete o abandono histórico com a saúde dos Xavante, algo que não mudou com a criação de um Ministério entregue à ongueira Sônia Guajajara, sendo ainda agravado pela falta de infraestrutura básica.