A menina Lavínia Freitas de Oliveira e Souza, uma criança de apenas 10 anos, está internada em estado grave na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Ela foi brutalmente atingida por um disparo de arma de fogo que atingiu sua cabeça e foi efetuado por um policial penal em Porto Firme, na Zona da Mata mineira, no último dia 18 de junho. Este incidente demonstra, mais uma vez, a violência desmedida e criminosa da polícia brasileira contra a população desarmada.
Lavínia foi transferida do Hospital Arnaldo Gavazza Filho, em Ponte Nova, para dar continuidade ao tratamento devido à gravidade do ferimento. Segundo o pai da menina, Marcelo Oliveira, a criança necessita urgentemente de doações de sangue para sua recuperação. A justificativa apresentada pela defesa do policial é um escárnio.
Segundo o agente, os disparos para afastar o veículo onde Lavínia estava, com o intuito de “proteger sua família de um possível ataque”. O advogado Rafael Abeilar tenta desvincular a ação da intenção de atingir terceiros, muito menos uma criança, o que é uma afronta à inteligência.
A realidade é que um agente da repressão estatal atirou contra um veículo e atingiu uma criança, em um ato de extrema violência e indiferença com a vida da população brasileira. O nome do policial não foi divulgado, e ele permanece preso na Casa de Custódia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a Corregedoria da Polícia Penal abriu um processo administrativo para investigar a conduta do servidor. A Polícia Civil também apura o caso, que foi registrado como tentativa de homicídio. Ocorre que o histórico da repressão no Brasil, em todas as suas instâncias, demonstra que independente do encaminhamento desse ataque, outros iguais ou piores fatalmente acontecerão, enquanto as forças de repressão continuarem existindo.
A população brasileira vive sob a constante ameaça de uma verdadeira organização criminosa: a própria polícia. Desarmada, a classe trabalhadora e os setores populares são as principais vítimas da brutalidade policial, que age sem controle e com respaldo do Estad.
Os casos de crianças e civis inocentes atingidos por balas da polícia são uma constante no País, revelando a necessidade de uma ampla mobilização das organizações de defesa dos interesses populares, pelo fim do aparato repressivo em sua integralidade. Além disso, a luta pela autodefesa armada da população é essencial. O povo deve ter o direito de organizar a segurança de seus locais de trabalho, estudo e residência por meio de comitês eleitos democraticamente.