
Richard O’Brien, roteirista e compositor de The Rocky Horror Picture Show, criticou duramente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante entrevista sobre os 50 anos do filme, celebrado nesta semana. O artista lamentou que o marco ocorra em meio a uma nova onda de conservadorismo, especialmente nos EUA, e citou a ameaça de retrocessos como a possível revisão, pela Suprema Corte americana, do direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
“É lindo saber que o filme virou um santuário para tanta gente, que foi responsável por criar amizades e fazer com que as pessoas se sintam seguras. Mas é uma insanidade termos um Donald Trump solto por aí, termos essa idiotice do movimento Maga, que é assustador”, afirmou O’Brien, em referência à base de extrema direita do presidente americano.
O criador foi ainda mais enfático ao definir Trump como “uma desgraça para a humanidade, um pedaço de merda laranja e inútil”, acrescentando que o republicano “sempre soube disso e por isso quer pôr todo mundo para baixo, para se sentir poderoso”. O’Brien também citou comentários do amigo e apresentador britânico Stephen Fry sobre Jair Bolsonaro, a quem classificou como “a pessoa mais feia e maldosa que já conheceu, um nojo de ser humano”.
Lançado em 1975, The Rocky Horror Picture Show se consolidou como um clássico cult do cinema queer, reconhecido por suas mensagens de liberdade sexual e subversão de valores conservadores. O enredo acompanha um casal heterossexual que, ao visitar a mansão do cientista extraterrestre Frank-N-Furter, é confrontado com um universo de libertação e transgressão.
O’Brien disse que pretende brindar o aniversário da produção com um espumante, mas ressaltou que não vê o momento apenas como de celebração. Para ele, a ascensão de lideranças políticas ultraconservadoras e o avanço de pautas contrárias aos direitos civis tornam urgente defender o legado de liberdade que o filme representa.